A quem devo, em parte, ser quem sou…

Ontem foi aniversário do meu irmão Osires – Sim, o deus egípcio haha – (Feliz Aniversário, meu irmão!!!) e recordei que, uma das mais antigas lembranças que tenho dele, é eu chutando sua cara enquanto ele esculpia um avião em um pedaço de isopor. Eu devia ter uns seis ou sete anos. Não recordo a motivação e, certamente, nem sequer havia uma. Até hoje não entendo aquela cena. Foi de graça. E ele me perseguiu para “se cobrar”, mas eu corri para a barra da saia da mãe. Coisa de criança sem noção mesmo.

Naquela época nós morávamos em Chapecó, Santa Catarina, e tínhamos pouca ou quase nenhuma condição financeira. A vida não era fácil para meus pais, mas eu, graças a eles e a meus irmãos mais velhos, nunca percebi. Só posso agradecer por isso com todo meu coração. Por esse motivo sempre reforço que sou o resultado do esforço deles em ter uma vida melhor, sempre prezando muito pelo nosso aprendizado e crescimento.

Hoje todos nós estamos muito bem estabilizados e, certamente, temos muito mais condições financeiras do que nossos pais jamais tiveram naquela época. Nesse ponto sei que minha mãe é muito realizada.
Família de verdade é isso: é briga, é resmungo, mas é amor acima de tudo. É companheirismo, torcida e realização em conjunto, onde a vitória de um é a vitória de todos. Sou muito feliz em ter esse sentimento transbordando na minha família.

As dificuldades da vida expõem muito o coração das pessoas. O bom se torna melhor, o mau se torna pior. E o bom e o mau não o são de nascença. São resultados de diversos fatores; mas isso não muda o fato de que a dificuldade estimula esse sentimento interno, aumentando-o. E essa dificuldade é que esculpiu de forma muito mais atada a união da minha família. Foi graças aos problemas que nós nos tornamos muito unidos, um protegendo e ajudando o outro em tempo integral. Claro, tudo isso com base no exemplo de nossa matriarca que é o bem mais precioso da minha família: nossa mãe. Uma pessoa onde a ética, a justiça e o coração imperam cem por cento.

Quando temos dificuldades em nossas vidas, geralmente maldizemos a Deus ou o universo e pensamos que aquilo nos acontece porque somos perseguidos pelo mundo. São raras as pessoas que vêem na dificuldade uma longa e forte escadaria para o próprio crescimento, para um novo aprendizado e uma reinvenção de quem se é. E esse é o ponto: reinvenção. Somos animais adaptáveis. Talvez os mais adaptáveis de toda a natureza; e muito pouco usamos de nossa habilidade incrível de aprender na adversidade. Muitos preferem reclamar estagnados no problema ao invés de crescer com ele.
Já disse uma vez e repito: os erros são nossos melhores mestres. E adiciono ao erro qualquer problema que possamos ter em nossas vidas. Até mesmo uma cadeira nos ensina uma lição filosófica se estivermos abertos a vê-la: É necessário que todos os nossos apoios estejam nivelados para nos mantermos em equilíbrio.

Aprenda a usar os problemas como força motriz para crescer e se unir mais e mais às pessoas que lhe amam e que estão com você. Assim você se torna mais forte e mais humano.

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