A escola nos mentiu sobre os Egípcios

Desde muito cedo na escola aprendemos sobre a história do mundo, sobre como o ser humano teve origem na África e se espalhou pela Terra, sobre como os Egípcios eram politeístas (acreditavam em vários deuses) e mumificavam os Faraós porque acreditavam que ele ressuscitaria naquela “múmia”. Sobre como construíram as pirâmides usando-se de escravos para tê-las como tumbas para esses Faraós.

Hoje olho para trás e percebo o quanto nos ensinaram errado os livros de “história” e, com base nesses ensinamentos completamente equivocados, eu me pergunto: quanto mais não nos ensinaram errado? Em minhas pesquisas eu sei a resposta: muito! Talvez por conta da limitação do tempo de ensino, tendo que abarcar muita coisa em pouco tempo, talvez por limitação dos próprios escritores dos livros. O fato é que os livros de história precisam de revisão urgente.

Como a maioria das pessoas eu cresci fascinado pelo Egito, por sua cultura, sua mística, seus segredos, e muito me dediquei, dentro das minhas limitações em não ser um Egiptólogo, a estudar sua cultura que sempre fora completamente enraizada em sua religião. Afinal, o Egito e a religião eram uma coisa só.

Estudar com profundidade a religião do antigo Egito é abrir uma janela para as religiões antigas e entender como eles viam o cosmos e a divindade. E, indo fundo nessa jornada, descobrimos que, quase a totalidade do que nos foi ensinado sobre eles, está errada. Os antigos Egípcios não eram politeístas e não acreditavam que o Faraó ressuscitaria na múmia e sairia da pirâmide. Primeiro, a pirâmide nunca foi tumba, nunca encontraram nenhuma múmia em pirâmide nenhuma, mas nas tumbas no Vale dos Reis e em outros locais especiais para o enterro. Segundo, os próprios textos chamados de “Livro dos Mortos” ou, no titulo original “Orações para sair à luz do dia”, é deixado claro que o corpo era preparado para atuar como um grande amuleto mágico que daria ao morto consciência e certos poderes no mundo dos mortos, fazendo dele um vivo que poderia participar do banquete com o Osíris, o Senhor do Mundo dos Mortos. Terceiro, as pirâmides foram construídas por construtores. O Egito não era a favor de manter escravos, salvas algumas poucas exceções.

Mas e Rá, Ptah, Osiris, Isis, Horus, Set e tantos outros “deuses”? Como não eram politeístas? Ora, os textos egípcios mais antigos que existem são os Textos das Pirâmides, e lá já é deixado muito claro o entendimento que os antigos Egípcios tinham sobre deus ser um só, uma única força que se desdobrava, isto é, manifestava-se em uma pluralidade de funções, das quais o povo rendia culto sobre aquele determinado aspecto. Assim, ainda que saibamos hoje que os egípcios tinham templos e locais de adoração separados para cada um, isto é, Rá, Osiris, Ptah e tantos outros, precisamos entender que eles tinham consciência de que todas aquelas facetas eram manifestações de um único deus, ora chamado de Amun, ora de Atum, mas, independente do nome dado em algum dos períodos de existência do antigo Egito, era claro para eles que só havia um único grande deus, que era a unidade oculta, que se manifestava na pluralidade de suas manifestações, que eram diferentes aspectos do cosmos, que era o próprio deus. Ele era um e todos. E pensar que o antigo Egito tem tanto a ensinar ainda hoje.

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