Limpo. Carreta tem autonomia em raio de até 500 km, e sem resíduos de carbono
Lançado na Fenatran 2019, o primeiro Scania movido a GNV (gás natural), GNL (gás liquefeito) e biometano (obtido de resíduos orgânicos), começou a ser montado nesta semana. A linha fica na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, com foco, inicial, na exportação para a Argentina.
O engenheiro de Produto da Scania, Alexandre Carvalho, explica, primeiramente, que este é um caminhão 100% dedicado. “O que quero dizer, é que ele vai funcionar somente com combustível a gás”, reiterou. Sua autonomia é suficiente para atender centros urbanos, curtas e médias distâncias, com raio de até 500 km.
O engenheiro garante que são inúmeros os ganhos econômicos obtidos pela escolha do gás natural como combustível. Mas a principal vantagem é a preservação do meio ambiente. O gás natural se dissipa facilmente na atmosfera em caso de vazamento por ser mais leve que o ar.
Como o gás é seco, ele não provoca resíduos de carbono no motor, nas partes internas. Os componentes deste “pesado” foram fabricados e projetados especialmente para trabalharem com este combustível, garantido maior durabilidade do veículo. Quanto ao desempenho, Carvalho garante que torque e potência são similares aos movidos à Diesel.
“Ele é estequiométrico (calcula a quantidade das substâncias envolvidas numa reação química, inclusive Oxigênio), com injeção indireta e ‘sensores lambdas’ (sensor de Oxigênio – O²) em algumas partes do motor. O ponto de ignição é muito elevado, sendo de duas a três vezes mais que outros combustíveis líquidos.
Entre mitos e dúvidas, persiste entre os motoristas o fator segurança. Mas a Scania garante que o gás natural é comprometido apenas se o processo relacionado aos componentes não seguirem as normas. Risco que reduz também devido ao fato do gás natural ser muito difícil de ser adulterado.
No Brasil já ocorreram importações de caminhões a gás natural, mas uma produção nacional é inédita. As entregas iniciarão em março. Por ainda ter baixa produção os preços serão entre 30% e 40% acima das versões a Diesel de R$ 400 mil.
Expectativa agora pelo ônibus
E ainda neste primeiro semestre de 2020, a Scania pretende finalizar o projeto de seu ônibus gás natural veicular (GNV) e/ou biometano. Ele está em fase de processo de homologação, que depende de três fases: do chassi, da carroceria e do sistema de abastecimento do gás. A etapa do chassi já está finalizada, e a linha de produção está sendo construída em São Bernardo do Campo. A projeção é que o início da comercialização do produto seja a partir do segundo semestre.