O amortecedor é um componente diretamente ligado à segurança do veículo. Principal peça do sistema de suspensão, é o responsável por manter o contato permanente dos pneus com o solo, garantindo estabilidade ao automóvel e boa dirigibilidade ao motorista. Procurar a oficina para revisão, ou manutenção preventiva, é fundamental. Mas, durante a direção, também é possível perceber sinais que indicam que o item deve ser checado.
O Jornal Ibiá recebeu informações valiosas da empresa Monrou, líder mundial em fabricação e desenvolvimento de amortecedores. Inclusive, ela alerta que a vida útil destas peças é proporcional às condições de uso do veículo. A fabricante recomenda revisar preventivamente as condições dos amortecedores a cada 10.000 quilômetros, ou conforme a orientação da empresa fabricante do veículo.
Veja os cinco sinais mais evidentes de problema:
Barulhos e solavancos
Ao perceber a presença de ruídos em excesso, como sons metálicos e rangidos, por exemplo, é importante que o motorista fique atento. Esses são os barulhos mais comuns quando os amortecedores apresentam problemas de funcionamento. Caretta acrescenta que “solavancos e movimentação brusca dos componentes da suspensão também são sinais de que os amortecedores precisam ser avaliados e substituídos, se necessário”.
Balanços excessivos
Amortecedores gastos provocam movimentação excessiva da carroceria como agachamentos e empinamentos. “Esses movimentos ocorrem principalmente em lombadas, valetas, buracos e desníveis do pavimento. É importante que o condutor fique atento ao comportamento do veículo nessas situações, que exigem mais da suspensão, para evitar danos maiores futuramente”, alerta o especialista da Monroe.
Pneus pulando e danificados
Os amortecedores controlam os movimentos das molas, maximizando o contato dos pneus com o solo. Quando desgastados, o mau funcionamento das peças provoca intensos pulos dos pneus no pavimento, prejudicando a dirigibilidade e provocando deformações na banda de rodagem dos pneus. Marcas na região central (da banda de rodagem) podem significar problemas nos amortecedores, especialmente desgastes localizados e em formato de “concha”.
Aumento na distância de frenagem
Amortecedores com 50% de desgaste aumentam em até 1,80m a distância de frenagem em uma velocidade de 60 km/h. O técnico da Monroe alerta que, quanto maior a velocidade, maior também será a distância de parada do veículo com amortecedores ruins. Isso coloca em risco motorista e passageiro. Por isso, é extremamente importante que o condutor realize as revisões preventivas ou procure uma oficina de confiança assim que perceber essa dificuldade na hora de frear.
Falta de estabilidade
Amortecedores desgastados reduzem o nível de aderência do veículo ao solo, provocando falta de estabilidade e controle de direção. De acordo com o coordenador de treinamento técnico da fabricante Monroe, Juliano Caretta, essa condição é ainda mais grave em pisos molhados. Nestes casos, a ineficiência do componente pode causar, inclusive, aquaplanagens, aumentando consideravelmente o risco de acidentes.
Dois mitos e uma verdade
Deve-se passar pelas lombadas na diagonal para proteger o amortecedor?
Mito
Embora a recomendação seja comum, ao passar por lombadas ou valetas na diagonal, esse deslocamento gera forças laterais na movimentação dos componentes. Isso pode acarretar folgas excessivas, ruídos, empenamentos e, em situações mais graves, o travamento total das peças. Para preservar os amortecedores e a suspensão, o correto é passar com o veículo em linha reta.
A troca das peças deve ocorrer a cada 40 mil km rodados?
Mito
Algumas pessoas tendem a esperar este prazo para realizar a manutenção dos amortecedores. Porém, o desgaste será maior em carros que rodam sempre por vias mal pavimentadas ou em condições severas de uso, como táxis e veículos de transporte. Nesses casos, a revisão deve ser feita, periodicamente, no máximo a cada 10 mil km, ou conforme recomendação da montadora.
Deve-se trocar os amortecedores sempre aos pares?
Verdade
Ao trocar apenas um amortecedor, utilizando uma peça nova e outra usada, haverá um desequilíbrio, capaz de prejudicar a dirigibilidade do veículo. Como resultado, o motorista notará perda de eficiência. O ideal é substituir sempre os pares ou até realizar a manutenção de todo o conjunto.