Os sensíveis toques que ecoam música

Toques sutis e movimentos delicados nas teclas acionam um martelo que toca nas cordas. O som inconfundível do piano encanta a quem escuta e também pode ser um convite para aprender esta verdadeira arte. A professora montenegrina Celiza Metz domina o assunto como ninguém e dedicou sua vida à música e ao clássico instrumento.

Leves toques com as mãos fazem as teclas acionarem o martelo que toca as cordas do instrumento

Aos oito anos de idade, Celiza ganhou o seu primeiro piano do pai, o ex-prefeito de Montenegro, Hélio Alves de Oliveira. Ela e as amigas de escola participavam das aulas de ballet e piano, o que era comum na vida das meninas da época. Hélio colocou todos os filhos para tocarem as teclas que produziam notas musicais.

“Eu gostava de aprender músicas no piano, mas jamais imaginei ser professora”, diz a montenegrina. Iniciou seus estudos mais aprofundados na extinta Faculdade Palestrina, em Porto Alegre. De lá pra cá. Celiza fez bacharelado e licenciatura plena em Piano, além de ser pós-graduada em História das Artes.

Passaram-se os anos e a professora foi convidada para ministrar aulas na Fundarte. Lá, segundo ela, foi onde aprendeu a ser uma professora de piano. “Foi uma grande escola pra mim”, aponta. Os filhos de Celiza também seguiram os passos da mãe e passaram por várias aulas dos mais variados instrumentos. Um continuou os estudos focado no violão e fez pós-doutorado nos Estados Unidos. O mais novo teve mais apreço por bateria.

A pianista já se apresentou em diversos locais do Estado, mas uma das lembranças mais caras a leva até os palcos de Los Angeles, nos Estados Unidos. Entre as músicas preferidas de Celiza, destacam-se o Concerto número 3 do compositor russo Sergei Rachmaninoff e todas as músicas do argentino Astor Piazzolla.

Um instrumento caro, mas que pode estar na vida de todos
O sonho de ter um piano pode ter um custo um tanto quanto elevado. Porém, aprender a tocar pode ser mais fácil aos que não possuem condições financeiras. Celiza Metz atende na escola de música Espaço Musical e lá ela ajuda crianças a “tocarem” os seus sonhos mesmo que não tenham dinheiro.
Os pianos mais conhecidos são de armário (mais utilizados para estudos e com cordas verticais). Os de cordas horizontais são um quarto de cauda, meia cauda e cauda inteira (raríssimos e mais paropriados para salas de concerto).

Lojas especializadas nos instrumentos são poucas, mas em Porto Alegre podemos encontrar algumas. Os preços vão de R$ 16 mil para o piano de armário e chegam a cerca de R$ 70 mil para o de cauda inteira. Celiza executa as músicas no de armário, que ganhou do pai Hélio Alves de Oliveira. Agora, a pianista planeja comprar um de um quarto de cauda, que sempre esteve presente em seus sonhos.

O desafio de ensinar crianças a tocarem piano

Segundo a professora Celiza Metz, qualquer instrumento, para ser bem tocado, exige muita dedicação e o trabalho é difícil. Se na Fundarte ela lecionou para adolescentes e adultos, agora o desafio ficou maior. “O maior desafio da minha vida está acontecendo agora, pois estou ensinando crianças a tocarem piano”, confessa.

Novas metodologias foram desenvolvidas para as crianças

Para que os pequenos iniciem o processo musical, a pianista teve que buscar novas metodologias e pesquisar materiais específicos e de fácil assimilação. O primeiro passo é implantar a musicalização e o aprendizado de ritmos no dia a dia dos alunos. Eles já são provocativos durante as aulas e pedem músicas mais modernas. “Qualquer música pode ser tocada no piano. A minha formação era erudita, mas agora os alunos já propõem músicas de novelas infantis e até da Anitta. Eu aprendo com eles”, afirma.

É possível tocar de tudo no piano, instrumento que possui todos os sons de uma orquestra. No entanto, as músicas mais clássicas ainda são referências no repertório da pianista. Atualmente, são 28 alunos que buscam aprender, nos leves toques nas teclas, a produzir os sons que mais gostam. “Dos adultos, a maioria já fez aulas há muito tempo e pararam por muito anos. Agora retornam e as leituras musicais permanecem vivas na memória”, exemplifica Celiza.

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