O coral montenegrino Vozes se apresenta nesta sexta-feira, 7, no Natal Luz de Gramado, junto à Árvore Cantante. Com mochila nas costas, o grupo com 26 pessoas embarca no início da tarde para estar preparado às 17h15min, quando está previsto o início da apresentação na cidade.
O Coral Vozes foi selecionado, por disponibilidade de agenda, entre os 398 grupos conveniados à Federação de Coros do Rio Grande do Sul (Fecors). De acordo com o regente Norildo Pereira de Andrade, desde 2010 à frente do grupo, as músicas cantadas terão temática natalina e religiosa. O repertório inclui aproximadamente 15 canções. “O que representa de 30 a 40 minutos de espetáculo, que é o previsto. Entre as músicas selecionadas, está Noite Feliz, que acredito ser a mais conhecida. Também cantaremos ‘O Tannenbaum’, em alemão”, comenta o regente.
Confirmados há dois meses no maior e mais esperado evento de Natal do Estado, Norildo relata que os participantes têm se dedicado muito aos ensaios semanais, com duas horas de duração. “Como estamos participando de outras apresentações comuns da época, parte do ensaio é dedicada à apresentação que ocorrerá na Árvore Cantante. Esse é o maior evento alusivo à data no Rio Grande do Sul, e recebe pessoas de todo o Brasil e até de fora dele. Exige uma excelência na técnica musical e gera uma expectativa enorme na gente, sem dúvida”, afirma.
Para o show em Gramado, o reforço vem do Coral da Sociedade de Santos Reis, com seis cantores integrando o time. Nem todos os 25 músicos do Vozes conseguiram disponibilidade para o espetáculo. “Para muitos de Santos Reis, assim como do Vozes, essa será a primeira experiência em evento dessa proporção. A última participação do Coral junto à Árvore Cantante aconteceu há algum tempo, em 2004”, informa Norildo.
O amor pela música e pelo canto coral é o principal combustível da equipe. O transporte até a cidade natalina será em parte custeado pela empresa responsável pelo serviço. “Mas o restante do custo será dividido entre os integrantes e seus acompanhantes. Temos reserva em um café colonial e vamos pelo amor mesmo, custeando do próprio bolso”, conta Norildo.
Entre os desafios para manter vivo o canto coral está a falta de apoio do poder público e privado e a dificuldade em captar de verbas destinadas à cultura. “O apoio financeiro de entidades, do poder público e de empresas está cada vez mais difícil, principalmente para os corais”, pontua. Outro é atrair o público mais jovem. “É um desafio resgatar essa juventude, motivá-la a interagir e se integrar aos corais”, diz.
Já as alegria com o trabalho são inúmeras, segundo o músico, começando na integração propiciada pelos encontros entre coros de diversos municípios. “A maior consequencia dessa troca de experiências é a manutenção do movimento coral, para que ele ainda persista nas próximas gerações. Muitos grupos têm se extinguido, encerrando suas atividades. Então esses intercâmbios, onde um coral visita o outro, permitem isso. Além da troca de repertórios. A maioria dos corais tem um estilo; os de universidade um, os de interior outro, então as reuniões só agregam a todos”, salienta o regente.
O coral vozes
Com nascimento em 1988, e participantes com faixa etária entre 25 e 70 anos, o Coral Vozes já se apresentou por diversas cidades do Estado, Brasil e até de países vizinhos, como o Uruguai e Argentina.
Há integrantes, dos 25 atuais, que fundaram o coro e partilham até hoje das experiências, caso de Clóvis Ferraz da Conceição. Atualmente, o presidente é Nilton Dorneles.
O regente Norildo tem a música como profissão desde os 24 anos. Músico da Brigada Militar por muitos anos, licenciou-se em Música pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Desde 2010, participa do Coral Vozes e, desde 2013, do Coral da Sociedade de Santos Reis. Intensificou ainda mais as atenções aos grupos com a aposentadoria, em 2014. Outro trabalho desenvolvido por ele é o voluntariado em escolas montenegrinas. “Formando coraizinhos”, define. “O mais importante é a convivência entre as pessoas. As apresentações são apenas conseqência de todo o trabalho. Cada cantor é uma engrenagem e o coral depende disso”, conclui.
Além da apresentação no Natal Luz em Gramado, o grupo divide as atenções com os espetáculos na cidade, intensificados nesta época do ano. Serão apresentações em asilos, serenatas, entre outras.