A tecnologia trouxe avanços para inúmeras áreas no início deste século, inclusive no cenário musical, onde contribui para impulsionar e disseminar a música eletrônica. No Brasil, o estilo de batida criado ou modificado através do uso de equipamentos e instrumentos eletrônicos ganhou destaque com muitos DJs que realizam show no mundo inteiro.
Porém, pouca gente sabe como surge a mixagem de músicas e até mesmo como se cria uma batida diferente para animar o público. Nos últimos anos, o ritmo contagiou as pistas de diversas festas e se tornou o estilo musical preferido dos “baladeiros” de plantão.
Desde os 6 anos em Montenegro, Gregory Giacomini, 25 anos, atua como DJ em eventos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Lidar com música eletrônica é um hobby para o jovem. Desde a infância, ele curte Dance Music e busca como referência a era do Disco Flash Back. “Chega um momento da sua vida em que você acaba se identificando com algum estilo e a música eletrônica abrange muita coisa”, afirma.
Greg Giacomini, nome artístico do DJ, diz que a música eletrônica é classificada como mainstream (convencional/comercial), que estamos acostumados a ouvir nas rádios e na mídia; e como underground, um estilo que foge do formato da grande massa, ou seja, que não está no padrão do mundo comercial da música. Além disso, Gregory ressalta os tipos de batidas como House Music (som mais lento) e Psy Trance (som mais celerado).
Outra confusão na cabeça de quem não domina o assunto é a diferença entre mixagem e produção musical eletrônica. O mix é a mistura de duas músicas, que são encaixadas para a apresentação no set (apresentação do DJ na festa). Já a produção de música eletrônica depende de uma construção de batidas e ritmo dentro de um estúdio, quando o artista une referências externas ou sons do seu próprio gosto.
“Para uma boa produção, precisa ter um computador bom, monitores de áudio e isolamento acústico”, afirma Greg. Segundo o DJ, alguns conhecidos levam três dias, uma semana e até um mês para as criações. Em relação aos inúmeros fãs e pessoas que curtem o estilo, o montenegrino diz que este tipo de música expressa certa liberdade. “Nessas festas, as pessoas prezam pelo respeito. União e respeito atraem o público para a música eletrônica”, afirma Gregory aprendeu mesmo a mixar em 2014, em Canoas. Lá fez aulas particulares com amigos. Quem deseja aprender sobre mixagem e produção de música eletrônica, deve primeiramente gostar do assunto, ter tempo para pesquisa, computador, fone e um pen drive. Com esse kit, já é possível começar a entrar na área.
Artistas também possuem referências e inspirações em colegas da área. Greg Giacomini diz que gosta muito dos DJs Fabrício Peçanha, D-Nox e Victor Ruiz. “Toco em duas ou três festas por mês e me apresento com os estilos Tech House, Techno, Disco e vertentes. Sou residente nas festas Turn, Alta, Lado B e River Club”, finaliza.
Como funciona a mixagem na prática
A mixagem de músicas acontece na hora do show do DJ. Para isso, ele conta os compassos da música que está tocando para o público. No fone do DJ, toca outra música que deverá entrar no mesmo compasso da primeira. Com um CDJ e um Mixer, a mágica acontece ao cruzar os batimentos por minuto, agudos, médios e graves.