Padrões estéticos, comportamentais impostos pela sociedade e como eles muitas vezes fazem com que as mulheres desejem uma perfeição inalcançável e irreal, causando frustrações e tristezas. Essas são algumas das principais abordagens do espetáculo de fim de ano do Estúdio de Dança Khaos Cênica no dia 6 de dezembro, no Clube Grêmio Gaúcho, a partir das 20h. Sob a temática “As Belezas de nossa Singularidade nos movem”, o espetáculo aborda importantes temáticas que circundam o universo feminino.
“Nossas coreografias falarão sobre autoestima, conflitos internos, preconceitos, julgamentos e amor próprio, trazendo para a reflexão algumas questões: Como eu me vejo? Onde eu me encaixo? Como eu me sinto? E, claro, junto disso tudo há muito empoderamento feminino e Girl Power, porque essa é nossa maior inspiração e a dança é nosso meio de expressão”, pontua Lauren Hartz Rosa, 32 anos, diretora e professora do Estúdio.
Os ingressos para quem quiser prestigiar o trabalho do grupo e participar dessa reflexão já estão sendo comercializados. Antecipadamente o valor é R$ 15,00, podendo ser adquiridos no estúdio ou com as alunas. No dia do evento o custo sobe para R$ 20,00.
A diretora chama a atenção de que aproximadamente 48 alunas e dois alunos estarão envolvidos na apresentação, com faixa etária dos 8 aos 40 anos. “Independentemente da idade, é preciso que as pessoas tenham um estímulo para refletir sobre algum assunto. Então, no momento que propomos um diálogo acerca de algo, qualquer faixa etária é interessante para pensar sobre aquilo. Percebo que temos uma geração de meninas jovens, agora, com mente muito aberta e com sede de conhecimento e vontade de conversar”, pontua.
O trabalho desenvolvido durante todo o ano, de construção de personalidade e cultura, culmina no espetáculo do fim do ano do Estúdio de Dança Khaos Cênica. “Para chegarmos à apresentação final, muito é conversado em aula. Durante o ano lemos muitos textos, assistimos vídeos, realizamos debates para entender sobre o que estamos falando e para desenvolver essa consciência. E elas ajudam a fazer as escolhas da apresentação também como ideias de músicas, coreografias, maquiagem”, afirma Lauren.
O retorno do público
O retorno do público? Sempre muito surpreendente, segundo a professora. “Tem várias coisas interessantes que já presenciamos. Muitos confessam a emoção. E tem mesmo uma mensagem e isso passa muito pelo emocional das pessoas. E essa é nossa terceira mostra”, relata.
Participando de alguns eventos nos quais é convidado, pela questão da prática artística, o grupo também realiza trabalhos internos, com mostras coreográficas, criação das alunas.
“Entendo a dança como arte. E enquanto arte, ela tem um papel reflexivo, expressivo, social e político. É importante se utilizar dela como instrumento para tratar todas essas questões”, salienta.
A dança como uma ferramenta de expressão
De acordo com a diretora, o Estúdio nasceu com a proposta de empoderamento das mulheres. “O Estúdio já tem o foco de empoderamento feminino desde que começou as atividades, em 2016. É uma escolha minha, uma forma que eu gosto de trabalhar. Acho importante utilizar a dança como uma ferramenta de expressão feminina, porque ao longo da história a mulher já sofreu tantas repressões e dificuldades”, salienta.
Mesmo com um trabalho voltado ao feminino, a professora explica que o local é democrático. “Qualquer homem que possa se identificar com a causa e se sinta estimulado a participar dessa reflexão, tem total liberdade para estar com a gente”, termina.