Montenegrino usa histórias em quadrinhos para empoderar estudantes

Imagine os grandes super-heróis reunidos em uma sala de aula, sendo tema de debates e usados como forma didática para criar histórias de heróis verdadeiros. Batman, Homem Aranha, Mulher Maravilha e os X-Men são alguns exemplos utilizados pela metodologia criada pelo doutor, pesquisador e filósofo montenegrino, Gelson Weschenfelder, 39.

Nas escolas, o pesquisador apresenta as HQs aos alunos e incentiva a produção de histórias reais. Foto: Reprodução Facebook

No final do ano passado, Gelson recebeu o prêmio Jovem Cientista, que premia estudantes e pesquisadores responsáveis por apresentar soluções inovadoras à sociedade. É justamente uma ideia inovadora e simples que o pesquisador especialista em educação aplicou nas salas de aula por onde passou. “Proponho o empoderamento das crianças e adolescentes por meio dos super-heróis. O método já está sendo aplicado em sete escolas do Rio Grande do Sul, duas no Rio de Janeiro e uma em Portugal”, afirma Weschenfelder. De acordo com o montenegrino, quase todos os super-heróis das histórias em quadrinhos (HQs) possuem um problema social ou de risco. “A gente chama esta fase de pré-capa ou pré-máscara”, revela.

Gelson recebeu o Prêmio Jovem Cientista por sua pesquisa inovadora. Foto: Reprodução Facebook

A partir da história de vida de cada personagem da ficção, o professor mostra a etapa da resiliência. “Ele (personagem) cai, mas levanta mais forte”, diz Gelson. O pesquisador afirma que o empoderamento não é somente na ficção, por isso é necessário trazê-lo às crianças e jovens que estão inseridos neste mundo tão violento.

Gelson diz que dentre as atividades está a criação de um personagem real a partir das HQs, apresentando as vivências de cada aluno. “Temos muitos relatos de Bullying, em que vítima e autor passam a entender suas ações. Uma estudante conseguiu relatar por meio da narrativa da Mulher-Gato que estava sendo abusada sexualmente, gerando denúncia formal. Este exemplo permite que a jovem auxilie outras meninas a não passarem por isso”, comenta o filósofo.

Segundo o pesquisador, a atividade é realizada no contraturno das escolas, durante o sistema integral de ensino. Para que o método seja aplicado por outros profissionais, Gelson tem formado professores e psicólogos de várias cidades do Brasil. No mês passado, o filósofo foi para a Inglaterra apresentar sua pesquisa aos ingleses. “Ganhei a viagem da Embaixada Britânica por ter sido o vencedor do Prêmio Jovem Cientista. Visitei museus e institutos de pesquisas dentro dos museus. Na Universidade de Oxford e na College London eu pude falar do meu trabalho que venho fazendo desde o mestrado”, finaliza Gelson Weschenfelder.

Weschenfelder capacita professores e psicólogos para que o método seja aplicado em outros estados brasileiros. Foto: Reprodução Facebook

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