Histórias vividas, pensadas e eternizadas no papel

Tem gente que, para soltar os sentimentos, chora. Outros desabafam. Alguns preferem ficar quietinhos e ainda têm aqueles que necessitam de um abraço. Porém, escrever também é uma boa maneira de extravasar. Crônicas, poesias, narrativas, artigos… as possibilidades são inúmeras. Muitos fazem isso e ainda têm a oportunidade de divulgar, mas alguns artistas deixam o trabalho guardado a sete chaves.

Maria Eduarda, carinhosamente chamada de Madu, escreve sobre suas paixões amorosas, as que são intensas

Maria Eduarda de Castro Oliveira, de 17 anos, escreve poemas e tem um página no Facebook, “LispectorDu”. “Eu fazia aula de Artes e sempre vi o mundo de um modo diferente, mas, na verdade, comecei a escrever quando assumi minha sexualidade”, afirma. “Falo sobre o que sinto e como vejo meus sentimentos, meus textos são uma extensão de mim”, conta.

Maria Eduarda diz que sempre foram poemas sobre suas paixões e filosofias de vida. “Mas eu costumo escrever mais quando acontece uma conexão intensa entre mim e a menina”, acrescenta. Basicamente, todas as mais importantes são eternizadas em poesias, revela a jovem.

Mariana começou a escrever aos 12 anos, estimulada pela irmã, que já colocava sentimentos no papel

Mariana Samora, de 18 anos, escreve textos e poesias. “Comecei pelos meus 12 anos, pois sempre vi minha irmã escrevendo e achava bonito, porque todas as palavras dela eram sinceras”, enfatiza. A inspiração vem do que ela sente, afinal, se não é de coração, não vale a pena ser lido. “Mas varia muito do momento”, observa.

Conforme Mariana foi crescendo e assumindo mais responsabilidades, os textos seguiram junto dela. “Sempre me saí bem na escola quando o assunto eram textos e histórias. Sou muito fechada para expor meus sentimentos, foi então que eu comecei a escrever”, comenta. “É minha forma de desabafar”, aponta. “E a escrita, particularmente, é bem melhor que falar. Me saio melhor”, avalia.

Ela não tem um mecanismo de divulgação oficial, mas às vezes posta alguns trabalhos no Facebook. “Até então, eu não mostrava para ninguém, porque como escrevo o que sinto, é pessoal. Mas a minha mãe incentivou a falar para as pessoas”, complementa. “Agora, minhas amigas se identificam, então elas sempre pedem para eu publicar”, afirma.

Gabriel Figueiró Lemos, de 17 anos, escreve poemas e crônicas – geralmente sobre esporte. “Meus poemas são reflexo do momento que eu tô, de algo que eu vejo ou de alguma data importante”, afirma. “Quando se trata de poesias, tenho ‘cartucho’ para os mais variados assuntos”, ressalta. Quando o cantor-compositor David Bowie faleceu, em janeiro de 2016, de câncer no fígado, Gabriel estava escrevendo sobre isso. “Mas também coisas simples do dia a dia saem no papel, como um texto que fiz sobre um dia calmo com tucanos, quando quatro deles decidiram visitar as árvores da minha casa durante o almoço”, recorda.

Gabriel Lemos aprendeu a ler e a escrever muito cedo. Ele produz poemas e crônicas sobre assuntos do dia a dia e esporte

Gabriel aprendeu a ler muito cedo. Quando tinha 5 anos e estudava no Sesi, saiu de um bolo fictício para ler o poema “Mãe”, de Mário Quintana, no Dia das Mães. “Eu era o único da escola que sabia ler e escrever. Em 2012, comecei a articular algumas frases que formavam rima em espanhol”, acrescenta. “Me adaptei ao Inglês em 2014 e, a partir de 2015, passei a focar somente em Português. Foi quando me encontrei”, conclui.

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