Todos concordam que Elis Regina foi – e continua sendo – um dos grandes nomes da música brasileira. Mais do que isso, a cantora, com todo legado deixado às próximas gerações de artistas e pessoas, representa o melhor do talento gaúcho.
Elis nasceu em Porto Alegre em 17 de março de 1945. E foi ainda na infância que teve o primeiro contato com a música. Filha de dona de casa e vidraceiro, teve no pedido negado dos pais em fazer aula de piano (pela falta de recursos da família para ter o instrumento) o seu primeiro grande desafio.
Embalou, com sua voz e personalidade singulares, gerações que viveram sob a repressão da ditadura. E foi em 1979, com os primeiros sinais de abertura, que gravou a música conhecida como hino da anistia: O Bêbado e a Equilibrista. Apesar de sua morte, em 1982, Elis ainda vive: na memória e nas recordações carregadas de história e luta daqueles que a acompanharam.
A estilista montenegrina Fernanda Isse conta que sua admiração por Elis começou no início da década de 90. “Quando, encartado no jornal Zero Hora, chegou em minhas mãos o CD “Vozes da MPB”, uma coletânea com alguns sucessos. Junto ao disco, uma pequena biografia, que contava sobre sua trajetória na vida e na música. Assim, sempre curiosa, como toda a jovem, adorei as músicas, a força delas, e busquei conhecer mais sobre sua obra”, relata.
Fernanda vê na figura de Elis uma mulher posicionada, preocupada em dar seu melhor, tendo vivido tempos difíceis. “E todas essas marcas estão em suas interpretações. É impossível sermos indiferentes ao ouvirmos sua voz”, diz.
Fã assumida, a estilista guarda com carinho o primeiro CD; a biografia Furacão Elis, de Regina Etcheverria; Elis, uma Biografia Musical, de Arthur de Faria; e alguns CDs como Elis e Tom e Falso Brilhante. Entre as músicas preferidas interpretadas pela cantora, lista Como Nossos Pais, Travessia, Casa no Campo e Chovendo na Roseira.
“Quando ela se foi, em 1982, eu era criança. Mas seu legado é independente de tempo. Tanto em termos de repertório quanto pela personalidade. Penso sempre em Elis Regina como uma moça simples, que fazia as próprias unhas, passava sua roupa, cozinhava, tinha vida, mas que ao mesmo tempo era muito sofisticada, verdadeira, exigente em sua arte, em seu ofício. Isso tudo consta em suas biografias. Uma das maiores artista que o mundo já conheceu”, conclui Fernanda.
Show Alô, Alô Elis Regina é nesta sexta-feira, no Teatro Therezinha Cardona
E para rememorar uma artista tão completa, a Fundarte recebe hoje, a partir das 20h, o show Alô, Alô Elis Regina, com Glau Barros. Com classificação livre, o evento será realizado no Teatro Therezinha Petry Cardona. Isso significa que não há desculpas para não levar toda a família e prestigiar o show cultural.
É a oportunidade de gerações se encontrarem e entoarem juntas, cada qual com sua emoção e significado, as canções eternizadas por Elis, com os olhos brilhando pela mesma admiração e embalados pela mesma comoção.
Os ingressos podem ser adquiridos na Fundarte e variam entre R$ 15,00 geral, R$10,00 sócios da Associação Amigos da Fundarte e assinantes do Jornal Ibiá e R$7,50 estudantes, pessoas acima de 60 anos e doadores de sangue com comprovação. Alunos da instituição pagam apenas R$5,00.
Glau trilha sua carreira na música desde a década de 1990, quando foi vocalista da banda Sideréus Nuncius. Desde então, dedica-se aos acordes e melodias, com destaque maior para a música popular brasileira. No show que será apresentado hoje, a cantora homenageia Elis Regina e oferece um belíssimo espetáculo para todos os ouvintes.
Fernanda Isse já garantiu seu ingresso. “Espero que seja um grande show, uma linda homenagem de gaúcha para gaúcha”, conclui.
Repertório
– Ponta de areia / Corsário
– Dois pra lá, Dois pa cá
– Tatuagem
– Brigas Nunca Mais
– Alô, Alô, Marciano
– Cadeira Vazia
– Vou Deitar e Rolar
– Fascinação
– Romaria
– Tempo Feliz
– Estatuinha
– Como Nossos Pais
– Madalena
– B – O Mestre Sala dos Mares
– Upa Neguinho – c / Arrastão
-O Bêbado e a Equilibrista