Amanhã, dia 7 de outubro, é comemorado o Dia do Compositor no Brasil. Para quem não tem como tarefa produzir poemas, livros e músicas, o trabalho pode parecer fácil. Mas a verdade é que ser um bom compositor requer muito esforço. Paulo Augusto Petry, estudante de Medicina Veterinária, é uma das pessoas que defende essa tese. “Escrever sobre um tema exige conhecimento e pesquisa, mas quando as ideias surgem conforme teu estado de espírito, tu tens muitas chances de pegar um instrumento e já sair cantando”, explica. Para ele, o princípio de qualquer criação é quando se conecta com um sentimento muito forte – seja de felicidade, saudade ou aflição.
Sua relação com a música não é profissional, mas afetiva. Agora ele está na reta final de seu curso, que nada se assemelha a sua paixão pela música de cunha nativista. Além dessa, pop, sertanejo e até reggae fazem parte de sua lista de trabalho já concluídos. “Mas normalmente apresento somente as gauchescas, em apresentações de CTGs ou encontros de família”, conta. Parte importante também deste processo é o retorno que o espectador dá a quem está se apresentando. “A música é muito individual. Tu falas de ti, na maioria das vezes. E é importante quando o público corresponde de uma boa forma. Te dá gás para continuar produzindo”, admite.
O envolvimento do jovem com a música começou desde quando ele era criança, escrevendo. Depois de ter terminado o curso de piano, encaixou as palavras em uma melodia. “Eu comecei a tocar violão há uns sete anos e de forma autodidata. Mas faz uns dois que mostro minhas obras”, diz. Embora use esse talento como lazer, Paulo Augusto aposta em seu futuro com a música. “Pretendo cantá-las em festivais e para isso preciso ter um tempo de experiência e embasamento técnico”, reitera.
“1/4” de sentimentos expressos na música
Luis Felipe Fernandes tem outra forma de compor. Ele percebeu que muitos de seus amigos que saíam do Ensino Médio ficavam em situações de desconforto, talvez por saber que, a partir de então, a vida mudaria. “A galera ficou triste mesmo e eu notei que muitos se trancavam no quarto”, relata. “Foi aí que decidi viver a mesma coisa”, acrescenta.
Durante mais de uma semana, Luis passou trancado em seu quarto sem fazer nada. Para, de fato, apenas aprender a conviver com a solidão e compreender o sentimento de seus amigos. A este projeto, ele deu o nome de “1/4”. “Significa um quarto de mim mesmo. Uma parte mim”, explica. “As músicas são as coisas que senti dentro do cômodo. Como aquilo, ao meu ver, parecia e de que forma eu me sentia”, finaliza.