As aventuras de uma bailarina apaixonada pelas artes

Malas prontas rumo a Hong Kong, depois Dubai, Tailândia, Londres, Paris. Parece até a narrativa do clássico conto de Julio Verne, A Volta ao Mundo em 80 dias. Mas esse é o resumo dos últimos oito anos da montenegrina Suélen Duarte Porto, 29 anos.
Em 2010, a jovem arrumou a mochila para correr atrás do seu sonho de ser bailarina. “Viajei com um grupo de dança brasileiro para um contrato de seis meses na cidade de Macau, na China. O período lá me deixou encantada. Mantive contato com as meninas que trabalhavam lá, e, cinco meses depois, quando abriu vaga novamente, retornei”, destaca.

Residindo por mais cinco anos na cidade, o próximo passo foi mudar-se para Hong Kong, principalmente por ser maior e com mais oportunidades que Macau.

“Eu viajei bastante desde que estive por lá. Em algumas oportunidades, a trabalho, como em Beijing, Egito e Shanghai; em outras, a estudo ou lazer, como Malásia, Dubai, Tailândia, Guangzhou, Londres e Paris. Eu amo viajar e recomendo a todas as pessoas”, incentiva Suélen.

Atualmente, a jovem, que morou por mais de seis anos na China, se dedica à arte do tecido acrobático aéreo

Ensaios, desafios, coreografias, tribal, salsa e do ventre: a dança fez parte, por um bom tempo, de sua jornada pelo novo país. Então veio o encantamento por uma nova área. O corpo que pende leve, amparado por fitas coloridas. Leveza de movimentos milimetricamente calculados: o tecido acrobático.

“Logo após, eu quis explorar um pouco da área circense e literalmente me joguei nos treinos de tecido acrobático aéreo. Virou minha paixão e eu me dediquei de corpo e alma. Em seis meses já estava trabalhando contratada. Durante a maioria dos anos em que vivi lá, dediquei-me apenas à dança e ao circo, coreografando e com performances. Porém, nesse último, tenho me dedicado a explorar novas áreas artísticas”, salienta.

Aprendizados e realizações
Desde que colocou na cabeça que queria viver outras experiências, Suélen afirma que aprendeu muita coisa. Além de duas novas línguas, o inglês e o espanhol, teve muitas oportunidades em uma de suas grandes paixões: a dança.

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

“Também me formei em um curso de maquiagem profissional e estou estudando para ser personal trainer. Parecem ser coisas bem distantes da dança, mas logo se vê a grande relação que todas elas têm”, destaca.

A explicação é que a maquiagem é necessária para as apresentações e sempre fez parte do seu dia a dia. “E sempre treinei na academia para manter a qualidade do meu trabalho e saúde física. Ao contrário do que muitos pensam, o bailarino precisa sempre melhorar o seu condicionamento físico. Assim, acabei desenvolvendo gosto por trabalhar com essa área”, conta.

Sem previsão de retorno
Passando uma temporada em Montenegro para curtir amigos e família, Suelén revela projetos futuros que pretende desenvolver durante sua estadia na cidade. “Em breve, estarei ensinando tribal fusão na escola Karima Dilshad e tecido acrobático na Fundarte. Já tenho um projeto em andamento com o fotógrafo Douglas Costa, de maquiagem artística e fashion e produção de fotografia. Estou empolgada em trazer um pouquinho da minha bagagem de viagem e aprendizado e dividir com os montenegrinos”, alegra-se a bailarina.

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

Apesar disso, a artista afirma que não pretende mais morar no Brasil e deseja desbravar outros destinos. “Mas aqui é minha terra, então estou com a cabeça aberta em relação a isso. A grande diferença de onde eu morava, na China, para o Brasil é a educação, a cultura e a qualidade de vida, que lá é bem melhor. Uma vez que conhecemos o mundo, a vontade de continuar explorando só cresce”, enfatiza.

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