Alô, Alô Terezinha! Sob a direção de Andrucha Waddington, Chacrinha – O Velho Guerreiro chega aos cinemas brasileiros. Com estreia nacional na última quinta-feira, 25, o filme ainda não está em muitas salas brasileiras. No Cinemark, por exemplo, a previsão de exibição é a partir de 8 de novembro, sem programação divulgada ainda.
No Cine Mais Arte Tanópolis, de acordo com o diretor Ewerton Brandolt, a produção não está prevista para estrear. “Porém, se tiver algum público interessado, pode haver a possibilidade”, explica.
Além de Stepan Nercessian, que vive Chacrinha na trama, o elenco traz Eduardo Sterblitch, Giane Albertoni e Laila Garin.
Na produção da Paris Filme, a história de José Abelardo Barbosa é narrada desde a época de sua juventude, quando fazia faculdade de Medicina e largou tudo para se aventurar como locutor em uma rádio. Depois disso, é possível acompanhar a transformação de sua vida e a criação do seu alter ego, Chacrinha, o velho guerreiro.
Sucesso de palco nos anos 80, José Abelardo Barbosa de Medeiros, o Chacrinha, influencia ainda hoje gerações de artistas brasileiros, mesmo após sua morte. Nascido em 30 de setembro de 1917, caso ainda estivesse vivo, teria seu centenário comemorado em 2017.
E quem esqueceu os bordões pronunciados na inconfundível voz enrouquecida do artista, como ‘Alô, Alô, Terezinha’? Eles ecoam, ainda hoje, na memória de quem não ficava uma tarde de sábado longe da poltrona para assistir ao palco do Cassino. E era mesmo um barato o Cassino do Chacrinha! Os quadros Buzina e Discoteca do Chacrinha, assessorados pelas charmosas chacretes, também recheavam a programação, além do penico, jogado sempre para a plateia.
O senhor de cabelos grisalhos, com roupas de paetês coloridos e algum acessório exageradamente grande sempre em evidência, sabia como ninguém arrancar sorrisos do auditório. Para os fãs, essa é uma ótima oportunidade de prestigiarem, saudosamente, a biografia de Chacrinha na telona.
Um pouco de Abelardo
Nascido em Pernambuco, em 30 de setembro de 1917, Chacrinha ingressou na faculdade em 1936. E foi aos 20 anos que passou a ser locutor na Rádio Club de Pernambuco, tornando-se baterista do Bando Acadêmico do Recife.
No que foi chamado década de ouro, trabalhou em diversas emissoras de rádio em seu programa Cassino do Chacrinha. Sua grande estreia na televisão brasileira aconteceu na TV Tupi, em 1956. Contudo, foi na Rede Globo, nos anos 80, que ele atingiu o estrelato.
Censurado na ditadura
De acordo com o arquivo memória da Rede Globo, Chacrinha chegou a ter problemas com a Censura Federal. Por seu jeito, foi importunado por agentes do governo, que não permitiam que as câmeras mostrassem os corpos das chacretes e procuravam inibir suas brincadeiras, especialmente as frases de duplo sentido.
Em uma dessas ocasiões, Abelardo chegou a se sentir desrespeitado com a abordagem, escrevendo à Censura Federal, sobre os maus-tratos recebidos pelos censores.