“Fiz a minha obrigação”, diz quem salvou uma vida

Amor ao próximo. Diogo Laux, de 32 anos, não pensou duas vezes antes de ajudar a vítima de um acidente de carro

Ajudar alguém é sempre algo a ser destacado e aplaudido. Isso assume relevância ainda maior quando, para fazermos o bem, acabamos arriscando as nossas próprias vidas. No feriado do dia 15 de novembro, ocorreu uma cena exatamente com esse contexto.

Um carro incendiou e ficou completamente destruído após acidente com um caminhão no trevo de acesso a Montenegro, quilômetro 393 da BR-386, em Triunfo. A colisão envolveu um caminhão Volkswagen 950 guincho, de Santa Cruz do Sul, carregado com uma lancha e um Fiat Palio, de Estância Velha. A condutora do Palio, Rosane Buss dos Santos, 53 anos, foi retirada por motoristas que passaram pelo local.

Diogo Laux diz ter feito apenas a obrigação de qualquer um. Foto: reprodução facebook

Entre eles, estava Diogo Laux, 32 anos, ele dirigia de Estrela para São Sebastião do Caí, onde mora, quando avistou o acidente. Neste momento, algumas pessoas já estavam tentando controlar o sinistro com seus extintores e Laux não pensou duas vezes para se juntar a eles.

Quando se aproximou do carro, ouviu uma voz gritando por socorro. A primeira atitude dele foi abrir a porta traseira para ver se havia alguma criança ali, mas encontrou apenas sacolas com roupas. “O homem ao meu lado abriu a porta da frente e o fogo aumentou do nosso lado. Ele recuou e jogou o pó do extintor fazendo o fogo rapidamente baixar. Nesse momento, olhei para parte dianteira e avistei uma mulher. Ela estava de lado, olhava para as pernas – parecia estar presa tentando se soltar – e já havia tirado o cinto de segurança”, lembra.

Então, Laux perguntou o nome dela, tentando acalmá-la. “Pedi para ela me olhar e me dar as duas mãos. Ela esticou os braços, peguei nas mãos dela e disse que ia puxar ela dali e que ela precisava me ajudar. Puxei com força e aos poucos o corpo dela veio vindo, ela mexia as pernas como quem tenta se soltar de algo. Quando tirei ela do carro, tentei erguê-la e logo o homem do extintor me ajudou. Carregamos ela até o guincho, que estava parado do outro lado da rua”, comenta. Rosane saiu sem ferimentos graves, graças a ajuda rápida que recebeu, apesar do veículo ter queimado completamente.

Na hora, o jovem diz não ter se dado conta do tamanho de um ato como esse. A “ficha só caiu” quando ouviu o comentário de uma mulher. “Ela perguntou para a Rosane se o Diogo era o novo anjo da guarda dela”, revela. Questionado sobre o porquê de ter ajudado, ele responde rápido. “É a obrigação de todo mundo ajudar o próximo. Não iria conseguir dormir pensando que poderia ter feito algo e não fiz”, diz.

Rosane foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada ao Hospital Montenegro. Enquanto permaneceu na casa de saúde, Laux ligou diariamente para saber notícias de como ela estava.

Laux é adulto voluntário no Grupo Escoteiro Taquató, do Caí. A expectativa dele é que a atitude sirva de exemplo para os mais novos da instituição.
O caminhoneiro seguia de Palmares do Sul para Santa Cruz do Sul. Quando foi resgatada, Rosane estava consciente, tanto que revelou estar viajando de Santa Rosa a Gramado. O motorista do caminhão, João Bassani, 63 anos, esperou a chegada da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), que atendeu a ocorrência em função de o trecho da rodovia federal ser estadualizado. O teste do bafômetro feito por ele deu resultado negativo para o consumo de álcool.

Prestativo, o motorista do caminhão ainda procurou e achou a carteira de Rosane, que estava no canteiro, demonstrando outro exemplo de atenção ao próximo.

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