O fortalecimento por meio da organização das famílias no campo acontece em Montenegro através da consolidação do Plano Municipal de Desenvolvimento Rural. Este é um documento que objetiva diagnosticar o meio agrícola e delinear diretrizes de trabalho que alicercem seu crescimento sustentável. Sua construção iniciou em 2019 e está na fase intermediária, quando as prioridades definidas por um coletivo serão levadas à plenária.
O Setor Primário é amplo, relacionado com diversos outros segmentos, o que justifica a necessidade da interface com educação, saúde, meio ambiente, comunicação e tecnologia. Logo, a concepção do Plano também deve ser resultado de uma construção entre instituições, cidadãos e aqueles que se relacionam com o rural.
A Unisc (Universidade de Santa Cruz do Sul) tem sido aglutinadora destas forças vivas, representada pela pesquisadora e professora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e de Gestão de Negócios e Comunicação, Cidonea Machado Deponti. Ela é enfática ao definir o Plano como um projeto que deve ser legitimado pela comunidade que surge para representar.
Em resumo, o agricultor deve se enxergar no documento e sentir-se parte desde processo. Ele deve ser geral, com diretrizes que considere toda a região rural de Montenegro e abrangência capaz de suprir as demandas microrregionais. “O Plano é um instrumento imprescindível para o planejamento rural do município”, define Cidonea.
Atualização será a garantia de futuro
A iniciativa foi do Conselho Municipal Desenvolvimento Rural, cujo presidente, Ernesto Carlos Kasper, assinala inúmeras vantagens. Destas, sobressaem a identificação das fortalezas, oportunidades, fraquezas e ameaças ao setor, que é, sobretudo familiar; e a valorização de seu protagonista. “Para o agricultor, em primeiro lugar, destaca-se a sua valorização como cidadão”, diz.
Isso se deve à base estar na perspectiva de crescimento destes trabalhadores. Kasper valoriza ainda o fato de ser um Plano de Estado e não de Governo, que assim une o rural e não ideais político-partidárias.
A Unisc é parte da Comissão Técnica; ao lado das secretarias de Desenvolvimento Rural, de Saúde, de Educação, do Meio Ambiente, da Emater-Ascar e Centro de Treinamento (Cetam) e do Comitê Vale do Caí. “O interesse da Unisc refere-se à proposta de promoção do desenvolvimento regional”, assinala Cidonea. Desta forma, a instituição de ensino busca contribuir para ampliar a qualidade de vida no campo e a sustentabilidade dos recursos naturais, com suntentabiliadde socioeconômica.
Benefícios virão para toda a comunidade
Em curto prazo, assinala Cidonea, este será o guia de prioridades da população, a ser considerad pelo Executivo Municipal. “O Plano norteará futuros projetos e programas no meio rural, permitindo o acesso a recursos federais e estaduais”. Para longo prazo, a pesquisadora destaca o dinamismo do Plano, que deverá ser reavaliado a cada quatro anos.
Já Kasper vê no longo prazo a ampliação da eficiência dos recursos investidos, e concorda que a vida no campo melhorará. Em relação ao cidadão urbano, os ganhos serão na qualidade dos alimentos que consome e também de sua comercialização.