Constatação é da Agas, que atribui fato ao uso do produto como combustível durante paralisação dos caminhoneiros
Durante os dez dias de paralisação dos caminhoneiros, o Estado viu crescer a venda do álcool de cozinha no comércio. A constatação foi divulgada pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) que, ao acompanhar os impactos da manifestação para o setor, observou o aumento nas vendas. O álcool do tipo 92% (percentual da quantidade de etanol em sua composição) estaria sendo comprado como uma alternativa aos combustíveis que estavam em falta nos postos.
O litro do produto custa em torno de R$ 7,00 e há resoluções, inclusive, que proíbem a venda dele no varejo devido ao percentual de etanol, que traz riscos por ser altamente inflamável. Há discussões judiciais que contestam a proibição e muitos seguem vendendo. O fato é que diversos motoristas com carros flex parecem ter apelado ao item para abastecer seus veículos.
Profissional de oficina, Marcelo Schuster é cauteloso sobre o uso. Ele conta que, mesmo em Montenegro, soube de gente que optou pelo álcool de cozinha diante da necessidade, mas frisa que a utilização deve ser feita apenas para “quebrar um galho”. A utilização com frequência pode trazer danos ao funcionamento do carro. Sem falar nos custos.
O desempenho, também, é bem abaixo do normal. “A eficiência é menor. Do combustível, a gente fala em poder calorífico. O poder do álcool do posto já é bem abaixo do da gasolina e, por isso, com ele é preciso mais combustível para o carro funcionar”, explica. Segundo Marcelo, a força do álcool vendido nos mercados é consideravelmente menor do que os do posto para mover um veículo.
Mesmo quem não possui carro flex – que aceita álcool e gasolina – também tem a possibilidade de utilizar o álcool de cozinha em caráter emergencial. É aconselhado, no entanto, que o tanque tenha um pouco de gasolina para que o desempenho seja, ao menos, desejável. De qualquer forma, o uso pode levar a falhas e problemas de arranque durante a rodagem com o combustível alternativo.