A Nota Técnica nº 2, elaborada pelo Departamento de Solos da Faculdade de Agronomia da UFRGS, em conjunto com a Secretaria da Agricultura (Seapi) e a Emater-RS/Ascar, destaca a importância das bacias hidrográficas. Os estudos apontam, sobretudo, essa rede como base na tomada de decisão em ações relacionadas ao manejo e à conservação do solo e da água, especialmente agora após a catástrofe climática.
Por definição, essas são áreas fisiográficas delimitadas por divisores topográficos nas quais toda a água que incide converge para o mesmo ponto. Nas enchentes de maio, a principal região atingida foi a da Bacia Hidrográfica do Guaíba, que corresponde a 30% da área total do Estado e engloba as bacias do Caí, Gravataí, Jacuí, Pardo, Sinos, Taquari-Antas e Vacacaí.
De acordo com o texto, “qualquer prática agrícola imposta às áreas a montante, gera impactos positivos e negativos na bacia, tanto nas áreas rurais quanto urbanas”. Aponta ainda, que a gestão adequada das bacias é essencial para prevenir desastres e proteger tanto o meio ambiente quanto as comunidades; sendo que práticas inadequadas de ocupação do solo podem aumentar o risco de catástrofes naturais. Como exemplo, a nota cita estudo realizado na bacia hidrográfica de Arvorezinha, que durante 14 anos acompanhou a relação entre chuvas, erosão e produção de sedimentos.