Janeiro e fevereiro temos duas datas importantes para as religiões de matriz africana: O dia de combate à intolerância Religiosa, 21 de janeiro e Iemanjá dia 02 de fevereiro. Desde criança lembro como era encantador as visitas aos terreiros para ganhar os passes , a gira com as roupas brancas e os conselhos dos protetores, que normalmente eu entendia pouco. A festa de Nossa senhora dos navegantes em qualquer cidade era um ponto alto, os barcos os pedidos os presentes e aquela prece sentida, que com o passar do tempo entendi que era para a Iabá … Iemanjá.
O mais interessante é que parecia tudo tão lindo que nunca percebi as tentativas de apagar a participação dos terreiros e exaltar os catolicismos. E os questionadores questionarão: Agora tu é contra o catolicismo? Com certeza não, mas sou contra o que intolerância religiosa faz com as pessoas. A promoção da igualdade religiosa é um passo essencial para a construção de uma sociedade mais justa e respeitosa. As religiões de matriz africana, historicamente marginalizadas e alvo de preconceito, devem ser protegidas.
O respeito à liberdade de culto não é apenas um direito garantido pela Constituição, mas também uma necessidade para garantir que todas as expressões de fé sejam vividas plenamente e sem medo. No dia a dia exercemos diversas manifestações religiosas com pouco ciência, mas quando isso se torna consciente, as reações são diversas e geralmente sem sentido, como por exemplo a cantora que trocou o nome dos orixás em músicas de sucesso. No dia 2 de fevereiro, celebramos Iemanjá, a Rainha do Mar, orixá que representa o acolhimento, a maternidade e a fé.
Sua festa é uma das mais belas manifestações de devoção e respeito dentro das religiões afro-brasileiras. Milhares de fieis se reúnem nas praias para ofertar flores, perfumes e presentes em agradecimento à sua proteção e bênçãos.As giras realizadas nos terreiros são momentos de grande emoção e conexão espiritual. O canto dos pontos, o toque dos atabaques e a dança dos filhos e filhas de santo criam uma atmosfera de energia e devoção. Iemanjá é um símbolo de força e renovação, sendo invocada para trazer proteção, saúde e harmonia aos seus devotos.Proteger os cultos de matriz africana é garantir que a diversidade cultural e espiritual seja preservada.
O combate à intolerância religiosa e a valorização dessas tradições são fundamentais para que todos possamos exercer sua fé com liberdade. Iemanjá, com sua força e serenidade, nos ensina sobre a importância do respeito e da união entre os povos. Somos frutos de um grande sincretismo religioso e abençoados por diversas crenças. Amém para quem é do amém e axé para quem é do axé.