Urgência em urinar. Sensação de bexiga cheia. Ardência intensa. Urina escura e, às vezes, com sangue. Quem já sofreu de Infecção do Trato Urinário (ITU) não esquece. E muita gente está incluída nesse grupo, principalmente mulheres. Estima-se que mais de 50% das mulheres desenvolvem sintomas de infecção urinária em suas vidas. Porém, os homens também podem sofrer do problema, mesmo que em menor número.
O médico Clínico Geral Jorge Luís Bianchi Trentin explica que existem três tipos de infecção urinária. A cistite é uma delas, que afeta a bexiga e, em geral, é causada por um tipo de bactéria do trato gastrointestinal chamada Escherichia coli. A anatomia feminina – curta distância entre a uretra e o ânus – é uma das causas que leva as mulheres a serem mais afetadas. Além disso, a relação sexual também pode levar à cistite.
O segundo caso é a uretrite, quando a infecção atinge a uretra, canal que transporta a urina da bexiga para fora do corpo. Ela também é oriunda de bactérias provenientes do trato gastrointestinal, mas como as mulheres têm a uretra próxima da vagina, infecções como herpes e gonorréia podem levar a uretrite. O terceiro tipo é o mais perigoso, chamado pielonefrite. É uma infecção que começa nos bexiga ou uretra e se desloca aos rins. Se não tratada, pode comprometer permanentemente o funcionamento renal. Esse tipo de infecção urinária pode ser fatal, caso não receba tratamento.
Trentin destaca que a confirmação do diagnóstico sempre ocorrerá por meio de exame de urina. Porém, conforme o quadro clínico do paciente ao chegar ao consultório, é possível que o médico inicie o tratamento sem a confirmação da bactéria. Na maior parte dos casos, o tratamento é medicamentoso, com antibióticos vendidos apenas com receita. As drogarias vendem, porém, alguns remédios para ITU sem receita, são os chamados anti-sépticos urinários. “Eles até podem ser utilizados, num quadro mais simples, quando o paciente está com muito desconforto e não pode ir ao médico logo, num final de semana, por exemplo. Mas, o ideal, é consultar para investigar do que se trata exatamente. Principalmente quando é recorrente”, diz Trentin. É possível que o médico também receite um analgésico para aliviar a ardência.
Bons hábitos ajudam
Alguns bons hábitos ajudam a prevenir infecção urinária. Um deles é ingerir água ou outras bebidas como chás e sucos, desde que não as adoce. É que quando se ingere mais líquido, naturalmente, se urina mais e se manda embora as bactérias que se instalaram no sistema urinário.
Já ficar segurando a vontade de urinar é um péssimo hábito. Quando se urina frequentemente se está evitando que as bactérias sigam ali no sistema urinário, multiplicando-se. Estudos já comprovaram que segurar o xixi resulta no aumento de bactérias e, por tanto, no surgimento de infecção urinária. Outra ação importante é urinar logo após manter relações sexuais. Assim, ao expelir a urina do organismo, ela libera as bactérias que, possivelmente, entraram na uretra durante o ato sexual.
As mulheres precisam ter especial atenção à higiene e roupa íntima. Tecidos como o nylon são desfavoráveis porque seguram a umidade e promovem a multiplicação de bactérias. Roupas folgadas, permitindo que o ar deixe a uretra seca são as melhores opções.
E muito cuidado com a higiene. Após urinar, as mulheres devem se secar da frente para trás. E se limpar no mesmo sentido após a evacuação. Isso para que as bactérias do ânus não cheguem à uretra.
Sintomas de infecção urinária
– Ardência ao urinar;
– Vontade constante de urinar;
– Urina escura;
– Urina com sangue;
– Urina com cheiro forte;
– Dor pélvica;
– Dor no reto;
– Aumento da frequência de micção;
– Incontinência urinária.
Você sabia?
Não fique de pés descalços, terá infecção urinária! Qual mulher já não ouviu isso? Mas saiba que é uma lenda. Ocorre que, por reflexo, caso alguém tire o sapato e logo após coloque os pés no piso frio, possivelmente, sentira vontade de urinar. Mas isso nada tem de ligação com infecção urinária. Mas então porque no inverno há mais casos de infecção urinária? É pelo péssimo hábito de beber menos líquido na época fria, urinando menos e, portanto, ficando mais vulnerável às bactérias.