A direção do HM Regional deve receber resposta negativa do Governo do Estado ao ofício no qual pediu reversão do corte de R$ 1,3 milhão na verba mensal, feito pelo Programa Assistir. A demanda foi apresentada pelo executivo, Jeferson Alonso, em reunião com os vereadores de Montenegro, na manhã de quinta-feira, 03, quando disse que ainda não recebeu resposta oficial. Ao Jornal Ibiá, o Departamento de Gestão da Atenção Especializada (Dgae) (Estado) afastou essa hipótese. “O Programa Assistir está posto! O hospital em questão tem condições de reverter a perda ofertando mais serviços à comunidade”, diz a nota enviada pela assessoria de imprensa.
Todavia, a reivindicação ainda será defendida pelos vereadores em agenda que buscam junto ao Executivo Estadual. O diretor revelou o paradoxo de sequer conseguir cumprir metas deste ano devido ao corte na verba; colocando assim o HM de fato nos critérios de corte impostos pelo Assistir. Já em 2024 essas metas teriam sido cumpridas, mesmo com meses críticos pós-catástrofe de maio; sendo este o argumento para solicitar a recomposição do R$ 1,3 milhão.
Até outubro do ano passado o aporte era de R$ 1,7 milhão, caindo para R$ 548 mil. Com o repasse Federal/ SUS, o HM recebe hoje R$ 2,6 milhões/mês, para um custo fixo de mais de R$ 4 milhões. “Ficou inviável para nós” alerta, lembrando da redução de atendimentos Eletivos que se viram obrigados a implantar.
Todavia, mesmo que o recurso mensal retorne ao original de R$ 1,7 milhão (somado ao Federal/SUS), Alonso projeta uma retomada dos serviços “no fio da navalha”. O ofício que aguarda resposta pede ainda o adiantamento de três meses deste custeio atual de R$ 548 mil, injetando R$ 1.644.000,00 para um equilíbrio.
Amvarc também iniciou mobilização
O diretor sugere normalização financeira estruturada sobre um tripé. Neste, os municípios são imprescindíveis, com assinatura de convênio de serviços; combinando com a liberação pelo Governo Federal do aporte de R$ 30 milhões (liberação por meio de Portaria) e a revisão pelo Estado no corte do Assistir.
Procurada pelo Ibiá, a presidente da Amvarc (Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí), prefeita de São José do Sul, Juliane Bender, informou que essa pauta foi discutida com os 14 municípios referenciados na casa de saúde, mais Tabaí e Triunfo, também na manhã da quinta-feira. Eles definiram busca por agendas com a secretária de Saúde do Estado, Arita Bergmann, mas também com o governador Eduardo Leite.
Antes, querem se reunir com a direção do HM para entender de que forma podem ajudar. “A entidade é importante para a região, nós temos somente o Hospital Montenegro hoje que atende na média complexidade”, avalia.
Diretor afasta hipótese de greve
O presidente da Câmara, vereador Talis Ferreira, questionou a respeito de boatos de uma greve dos funcionários. Jeferson Alonso afastou essa hipótese, revelando reunião recente com o sindicato da categoria, onde este movimento não teria sido citado. Inclusive, informou que a folha de pagamento será paga nesta sexta-feira, 06, mantendo o compromisso sem atrasos. O mesmo não foi dito dos médicos contratados Pessoa Jurídica (PJ), que não recebem desde novembro.
Em relação a questão previdenciária (INSS) dos servidores e atrasos de impostos, declarou que estão no Plano de Recuperação Fiscal. Da mesma forma, tratam com transparência a recomposição salarial definida nos dissídios. O diretor também afastou o boato de corte na alimentação de pacientes internados SUS.
Outro alerta trazido pelo diretor é quanto à lotação dos leitos, UTI e Emergência, por conta de doenças respiratórias graves, agravados pela baixa vacinação. Quanto a isso, a diretora de Atenção Básica do Município, Camila Anversa, revelou que o Estado sequer enviou plano de contingência, necessário para encaminhar pacientes de Montenegro para outro hospital. Todavia, assinalou que este seria um paliativo que ajudaria o Município, mas não resolveria a situação do HM.
HM contratou empresa em Brasília
Os 10 vereadores presentes souberam ainda que desde março o HM Regional contrata os servido da empresa Capta, especializada em projetos e questões jurídicas para busca de recursos públicos, em Brasília. Questionado pela vereadora Josi Paz sobre a necessidade deste gasto mensal de R$ 10 mil durante a crise, Jeferson Alonso defendeu a eficácia de uma proatividade qualificada nos gabinetes e ministérios.
Segundo o diretor, a Capta estaria conseguindo ao menos uma reunião semanal, acompanhada online pelo HM. A empresa também dá treinamento à equipe em Montenegro sobre captação por meio de editais, além de emendas parlamentares. “Sai quase o mesmo custo de irmos para Brasília e ficar dois dias lá”, declara, defendo o custo/benefício da contratação.