Salvar vidas não significa fechar tudo

A pandemia do novo coronavírus está impondo, a todos, desafios com os quais a nossa geração sequer sonhou. Como profissional da saúde, entendo que preservar a vida é fundamental, mas não necessariamente parando tudo.

Ao poder público, cabe avançar na criação de campanhas de conscientização para medidas preventivas. O uso da máscara e do álcool em gel precisa ser integrado à rotina das famílias enquanto a ameaça existir e se a Prefeitura tiver de fornecê-los, que o faça. Ao invés de simplesmente fechar parques e praças e impedir que as pessoas saiam de casa, adoecendo por outros motivos ou se tornando depressivas, o certo é fiscalizar o cumprimento da lei. O mesmo vale para as empresas e as escolas. Com protocolos rígidos e cobrança efetiva dos deveres coletivos e individuais, dificilmente será necessário adotar um lockdown.

Por outro lado, o município precisa ter os olhos voltados ao Hospital Montenegro, firmando novas parcerias para ampliar sua capacidade para atender aos pacientes de Covid-19 e de outras doenças. Não adianta apenas criar uma tenda promocional, que não oferece resolutividade. Temos de estar ao lado da direção do HM, identificar as suas necessidades e buscar recursos para satisfazê-las.

Quanto à economia, o prefeito não pode agir como se a crise não fosse com ele. Além de mobilizar campanhas por compras locais, precisa buscar a parceria de quem domina as ferramentas de e-commerce e ensinar os pequenos empreendedores a venderem seus produtos e serviços no universo virtual. Tem muita gente competente querendo ajudar, inclusive promovendo cursos gratuitos. Da dona de casa, que produz panos de prato personalizados, aos donos de mercadinhos, lojas de sapatos e roupas, todos devem estar preparados.

Nós acreditamos na Ciência. Os esforços que ocorrem no mundo todo em busca de uma vacina, em breve, serão recompensados. Mas, até lá, ao prefeito cabe assumir uma posição real de liderança, chamar as forças vivas da comunidade para traçar estratégias de prevenção que não impliquem em mais desemprego e pobreza. Com novas idéias, uma nova cidade é possível.

Gustavo Zanatta

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