Outubro Rosa: com diagnóstico precoce, a cura está próxima

O Outubro Rosa continua e as ações de conscientização estão a todo vapor. Na Rádio Ibiá Web, o câncer de mama tem sido abordado especialmente todas as quartas-feiras. Dessa vez, o ginecologista, obstetra e mastologista Túlio Cicero Franco Farret foi o entrevistado, abordando questões importantíssimas, principalmente à cerca do diagnóstico precoce. Vale relembrar que mulheres a partir dos 40 anos de idade devem iniciar o rastreamento do câncer, justamente a fim de diagnosticar a doença o mais brevemente possível principalmente através da mamografia. Farret aponta que a cada 100 mil mamografias, 1.121 vidas são salvas.

Túlio Cicero Franco Farret, ginecologista, obstetra e mastologista

Segundo Farret, a divulgação do Outubro Rosa impacta diretamente em um maior número de diagnósticos precoces. Sendo assim, a campanha deve focar cada vez mais neste ponto. Ele destaca que a melhor maneira de descobrir precocemente a doença é com a realização da mamografia, que deve ser anual após os 40 anos. De acordo com Farret, o auto-exame é fundamental para conhecer o corpo e notar anomalias, que inclusive devem ser imediatamente rastreadas junto ao especialista.

Porém, ele afirma que os sinais percebidos em um auto-exame são sinais que já aparecem em estágios mais avançados do que poderia ser detectado. “A gente gostaria de detectar o câncer de mama em um momento em que ele não apresenta nenhum sintoma, onde nem a paciente e nem mesmo o médico consegue apalpar ou observar alguma alteração. Ou seja, quando a mulher nota no auto-exame ou o médico no exame físico, a doença já está em um estágio onde a gente deveria ter chegado antes”, alerta.

Farret relembra que bons hábitos são preventivos, mas que isso não basta. “A gente sabe que a questão de hábitos de vida é muito difícil e que anda muito devagar. Não podemos esperar essa mudança da sociedade visando que se reduza a mortalidade, temos que atacar de outra forma e a que a gente tem é a prevenção através do diagnóstico precoce, o que é feito através da mamografia”, salienta. Segundo ele, de 2016 para cá, houve uma redução de 50% na mortalidade do câncer de mama e isso se dá muito pela maior procura das mulheres em realizar o rastreamento da doença.

Apesar de ser importantíssimo que mulheres estejam atentas as suas consultas de rotina e exames de rastreamento, Farret pontua que apesar de 90% dos casos descobertos precocemente terem cura, hoje em dia, a medicina tem recursos suficientes para oferecer diversas maneiras de tratamento também para mulheres que têm o diagnóstico em estágios mais avançados. Ou seja: a cura sempre pode estar logo ali!

Ele também atenta ao fato de que mães podem ter câncer de mama antes, durante e até mesmo depois da amamentação. De qualquer maneira, a amamentação em si é considerada um fator de proteção. Uma questão muito comum entre as mulheres também foi abordada na entrevista: mulheres com próteses de silicone não tem risco aumentado nem diminuído para a doença. E ainda: a mamografia, tão indicada, não tem interferência alguma devido às próteses.

Foto: freepik

Fatores de risco modificáveis e não modificáveis
Farret também abordou fatores de risco, destacando que existem dois grupos deles: os modificáveis, que podem ser alterados, e os não modificáveis, que não podem mudar. No primeiro grupo entra a atividade física, controle de peso, alimentação saudável e controle do álcool, por exemplo, Já no segundo, estão a idade, história genética, entre outros. É importante estar atenta aos fatores que podem ser alterados como parte da prevenção, já que os outros infelizmente são definitivos.

Ele destaca que as mulheres que têm parente de primeiro grau, ou seja, mãe ou irmã, que já tiveram a doença, tem risco alterado. Por isso, estas mulheres devem estar mais atentas. Além disso, para estas, o rastreamento deve iniciar 10 anos antes do ano de descoberta do câncer da parente. Por exemplo, se a mãe descobriu o câncer aos 40, a mulher deve iniciar a busca aos 30.

Reposição hormonal aumenta o risco para a doença?
Farret explica que o debate sobre a reposição hormonal e o câncer de mama nunca tem uma conclusão absoluta. Mesmo assim, ele afirma que o tratamento é muito importante para mulheres que têm muitos sintomas durante o climatério, que antecede a menopausa. Ou seja, o tratamento é utilizado quando começa a comprometer o bem-estar e a vida pessoal da mulher.

“Colocando em uma balança em relação ao risco/benefício, esta paciente vai se beneficiar muito da terapia de reposição hormonal. Então, não vamos abrir mão de fazê-la, já que a paciente está com grandes prejuízos em sua qualidade de vida”, afirma. “Esta paciente vai continuar fazendo seus exames anualmente, assim como o rastreamento de forma rigorosa e não necessariamente isso vai aumentar o risco dela, principalmente se feito com o acompanhamento adequado. A gente dizer que a reposição hormonal causa câncer de mama não é uma verdade”, conclui.

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