Com atitudes simples, população pode evitar o desperdício de água

Campanha do Jornal Ibiá reforça a importância do consumo consciente de água

A água é o elemento mais importante da vida humana e, infelizmente, está se tornando um bem escasso no planeta. Não há como viver sem água, por isso, é imprescindível que a população faça sua parte e evite desperdícios. Com pequenas ações e medidas sustentáveis, é possível economizar e mudar o consumo de água no dia a dia.

Lançada pelo Jornal Ibiá, a campanha “Uso consciente, água para sempre!” tem o objetivo de alertar a popula

ção sobre a importância do consumo consciente de água. Com o baixo índice de chuvas no Estado, mais de 380 municípios (das 497 cidades gaúchas) decretaram situação de emergência devido à estiagem neste início de ano no Rio Grande do Sul.

A situação vem se agravando há bastante tempo no Estado. Em entrevista concedida para o Estúdio Ibiá, Marcelo Antônio Araldi Brandoli, assistente técnico em irrigação e reservação de água da Emater nos Vales do Caí e Taquari, relatou que vem chovendo menos que o necessário há mais de dois anos. “Estamos há 26 meses sem um regime normal de chuva. Desde o início de 2020 que chove sempre menos, e tudo indica que esse baixo índice continue neste mês de fevereiro”, pontuou.

No final de janeiro deste ano, a Emater atualizou o efeito da estiagem nas atividades agrícolas do Estado. Mais de 253 mil propriedades de 9.600 localidades gaúchas sofriam com os efeitos da seca, situação que deixava 22 mil famílias sem acesso à água. Esses números, certamente, aumentaram após duas semanas. No Rio Grande do Sul, 92.800 produtores de milho e 82.400 produtores de soja registraram perdas, e muitos recorrem ao Proagro. Além disso, a produção leiteira também registrou perdas em 27.289 propriedades gaúchas.

Até o início de fevereiro, sete dos 19 municípios do Vale do Caí haviam decretado estado de emergência em virtude da estiagem: Montenegro, Barão, Brochier, Feliz, Harmonia, Maratá e Pareci Novo. Algumas prefeituras da região avaliam a situação, e o número de cidades em situação de emergência deve aumentar nas próximas semanas. “Cada vez está chovendo menos. A estiagem está se tornando permanente, temos que trabalhar com essa tendência. Precisamos nos preparar cada vez mais para a estiagem, tanto na cidade, como no interior”, reiterou Marcelo.

As chuvas recentes não alteraram o panorama da agricultura no Estado. De acordo com o assistente técnico Marcelo, a chuva amenizou, basicamente, apenas o calorão registrado na segunda quinzena de janeiro. “Teria que chover toda semana, vários meses… Estamos acumulando baixa de água há 26 meses. Então, essa chuva veio apenas para refrescar a temperatura, a situação das frutas não mudou quase nada. Estamos alertando os produtores, para que reservem água e melhorem o solo, não dá para achar que o rio é infinito”, complementa.

“A gente só se dá conta quando falta”
Muitas vezes, as pessoas não percebem que estão desperdiçando água. E quando se dão conta, acreditam que esse desperdício é “pequeno” e não fará diferença. Os números comprovam que o gasto irresponsável e desnecessário faz – e muita – diferença. Uma torneira mal fechada, por exemplo, apenas gotejando, desperdiça quase 50 litros de água em um único dia.

Diretora do Jornal Ibiá, Mara Rúbia Flores reforça à comunidade a importância do consumo consciente no dia a dia. “A ideia (da campanha) é chamar a atenção da população urbana para evitar o desperdício de água. Tivemos muitas notícias recentes sobre estiagem e municípios decretando estado de emergência. A gente só se dá conta quando falta”, declara.

No programa Estúdio Ibiá do dia 1° de fevereiro, a diretora afirmou que o problema da seca no Rio Grande do Sul ocorre há muito tempo. “Trabalho no jornalismo há 38 anos, e são 38 anos que essa situação (estiagem) se repete a cada verão”, salientou.

A campanha do Ibiá está todos os dias no Programa Estúdio Ibiá da Rádio Ibiá Web (12h às 12h45) e no Instagram do Ibiá. Com apoio de várias empresas, os alertas de conscientização serão destacados durante os meses de fevereiro e março.

Há risco de racionamento de água em Montenegro?
Apesar do baixo índice de chuvas nos últimos meses, o nível do Rio Caí em Montenegro se mantém em um patamar de estabilidade. Porém, a situação em São Sebastião do Caí é preocupante, já que, por lá, o rio não apresenta as mesmas condições daqui e a água está sempre descendo, em direção a Montenegro. Além disso, a profundidade no município vizinho é menor, fator que contribui com a piora da situação da captação de água.

Gestora interina da Companhia Riograndense de Abastecimento (Corsan), Lia Drehmer afirma que Montenegro ainda não corre risco de racionamento de água, mas isso não significa que a comunidade não deva economizar água. “Sempre orientamos a população para que junte o máximo possível de roupas para lavar, lave louça com a torneira fechada e tome banhos rápidos. Assim, estaremos colaborando com a economia de consumo de água”, enfatiza.

Água é um bem universal. Por isso, cuidar, conservar e refletir sobre o seu consumo consciente é dever de todos.

Dicas para economizar água
Preocupado com a seca que atinge todo o Estado e a recorrente falta de água em alguns bairros de Montenegro, o Jornal Ibiá, através da campanha “Uso consciente, água para sempre!”, sugere uma série de dicas para a população economizar água. Para lavar vegetais, por exemplo, o tempo de lavagem vai variar de acordo com cada alimento. As folhas verdes devem ser lavadas em água corrente uma de cada vez para a retirada das sujeiras visíveis a olho nu. Durante a lavagem dos alimentos, controle o uso da água com a torneira apenas em meia volta.

Muita gente enche ‘bacias’ de água para descongelar alimentos do freezer. Mas você pode parar de fazer isso se começar a se planejar melhor. Basta retirar o item do congelador com antecedência, deixando descongelar na geladeira de um dia para o outro. Para quem tem o costume de lavar calçadas com mangueira: não utilize a mangueira para varrer folhas e outros resíduos. Use a vassoura, que permite economizar tempo e água.