Dor de cabeça? Engole um analgésico. Ansioso por algo? Dois comprimidinhos calmantes devem resolver. Incômodo nas costas? Quem sabe uma injeção ajude. A sociedade atual vive um momento em que utiliza de remédios cada vez mais, sempre buscando por mais qualidade de vida. Por vezes, tornando-se dependente desses fármacos. Há, porém, outra corrente, a da busca da qualidade de vida através do natural.
Isso é a naturopatia, mas ela também pode ser denominado de outras formas. Antigamente era chamada de “terapias alternativas”, mais recentemente de “terapias integrativas e complementares”. Existem ainda termos como terapias holísticas ou naturoterapia. Todos esses nomes referem-se a um conjunto de técnicas que busca a saúde considerando as energias e a espiritualidade na doença e na cura.
O Ibiá entrevistou o naturopata Daniel Alan Costa e esclareceu essa forma de buscar pela Saúde. Se para alguns a naturopatia ainda soa como desconhecida, Daniel esclarece que, mesmo sob diversos nomes, ela vem sendo utilizada ao longo de toda a história da humanidade. “Podemos dizer que a naturopatia emprega técnicas de apelo natural, recursos da natureza, plantas, aromas, cores, cristais, argilas, flores para trazer saúde e bem-estar aos indivíduos. Seu princípio é avaliar o indivíduo como um todo, considerando aspectos físicos, emocionais, mentais, sociais, relacionais, energéticos, psíquicos e espirituais”, destaca Daniel.
A partir desta avaliação, o profissional irá tratar o que incomoda o paciente com técnicas variadas. A naturopatia é considerada uma ciência ao passo que suas diferentes técnicas vem sendo cada vez mais estudados, no objetivo de confirmar seus resultados. Daniel exemplifica citando a meditação, que nos últimos 15 anos, através de um grupo mundial de pesquisadores, teve demonstradas as modificações cerebrais que gera e, também, seu auxílio a neurociência convencional para entender mecanismos até então desconhecidos.
“Outro exemplo são os estudos sobre a ação fungicida e bactericida de alguns óleos essenciais, que se mostraram extremamente eficazes no combate a microrganismos. Uma das vantagens de se utilizar os óleos essenciais é que não há aumento da resistência destes invasores, o que os torna mais eficazes que os antibióticos convencionais comercializados atualmente”, diz o naturopata. Mas isso, ele frisa, não é o mesmo que incentivar o abandono das técnicas tradicionais. “Nenhum naturopata sério estimulará seu cliente a deixar de fazer o tratamento proposto pela equipe de saúde, muito pelo contrário, indicamos que nosso cliente busque outros profissionais sempre que identificarmos que seja necessário. Por isto, o termo integrativa, reflete melhor o objetivo, ao integrar conhecimentos e técnicas”, defende o profissional.
Há um universo muito amplo de técnicas que compõem a naturopatia, todas visando resolver desequilíbrios que manifestam-se primeiro num nível mais etéreo – energético, espiritual – para depois alcançar o físico. Entre as técnicas mais frequentes estão: fitoterapia, aromaterapia, cromoterapia, cristaloterapia, meditação, radiestesia, florais, musicoterapia e reiki.
Qual a formação necessária a um naturopata?
Para ser especialista em naturopatia é preciso respeitar a carga horária mínima exigida pelo Ministério da Educação (MEC) de 360 horas de formação a ser oferecida por uma Instituição de Ensino Superior credenciada pelo MEC. Além disso, há cursos específicos para trabalhar com cada técnica.
Prevenção e cura
Por considerar o origem das doenças, é natural que a prevenção esteja muito presente entre os que atuam com terapias naturais. “Mas isto não quer dizer que não possamos atuar na cura, isoladamente ou em conjunto com a medicina convencional”, destaca Daniel, que cita condições em que naturopatia auxilia quando a medicina convencional não gerou resultados.
Porém, não se pode prometer cura. “Assim como é na medicina convencional, a cura dependerá de inúmeros outros fatores e não somente das técnicas que ali estão sendo empregadas. Entendo que a cura é um caminho necessariamente individual, e somente a história e essência daquele Ser poderá nos mostrar se será ou não possível. Vemos muitos médicos decretarem a morte de seres, dando prognósticos fechados. Isto já é discutido dentro da própria medicina. Até que ponto posso eu dar este veredicto?”, defende Daniel Alan Costa.
Conheça as principais técnicas
Fitoterapia: é o estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura das doenças. Surgiu de forma independente na maioria dos povos. Na China, por exemplo, surgiu por volta de 3000 a.C., quando um imperador citou a propriedade da Cânfora.
Aromaterapia: é a utilização de óleos essenciais e outro tipo de fragrâncias com o intuito de melhorar o bem-estar físico e psicológico. O conceito contemporâneo de aromaterapia surgiu na Europa no início do século XX.
Cromoterapia: é a prática de utilizar cores na cura de doenças, a qual vem sendo utilizada pelo homem desde as antigas civilizações, com o objetivo de harmonizar o corpo, considerando que saúde e doença dependem do grau de harmonia na interação entre meio ambiente, corpo e mente.
Cristaloterapia: é o uso terapêutico dos cristais. Uma técnica médica alternativa na qual os cristais e outras pedras são usados para curar e proteger contra doenças. Os cristais atuariam como canais para a cura ao permitir que a energia positiva flua para o corpo.
Meditação: pode ser definida como uma prática onde o indivíduo utiliza técnicas para focar sua mente num objeto, pensamento ou atividade em particular, visando alcançar um estado de clareza mental e emocional. O fato de envolver o controle respiratório também pode trazer benefícios à saúde em geral.
Radiestesia: é uma sensibilidade a determinadas radiações, como energias emitidas por seres vivos e elementos da natureza. Na saúde, através dessa técnica, seria possível descobrir a origem de determinada doença e orientar para tratamento e cura. Considerando, é claro, a origem da doença como um desequilíbrio energético.
Florais: terapia criada nos anos de 1920 pelo médico Edward Bach, homeopata, bacteriologista e imunologista. É uma terapia que pretende contribuir para o equilíbrio das emoções do paciente, reduzindo sintomas indesejados por ele.
Musicoterapia: é a utilização da música num contexto clínico, educacional e social para prevenção e apoio a problemas de saúde mental, promovendo qualidade de vida e bem-estar.
Reiki: a técnica tem por base a crença na existência da energia vital universal, manipulável através da imposição de mãos. Os praticantes acreditam ser possível canalizar a energia universal, a fim de restabelecer um suposto equilíbrio natural, não só espiritual, mas também emocional e físico. Existem dois ramos principais do Reiki, o tradicional japonês e o ocidental.