Uma a cada quatro pessoas terá um AVC na vida

Essa semana se comemorou o Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC). O AVC, ou derrame cerebral como é mais conhecido, é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo. O evento acontece quando vasos sanguineos se rompem ou entopem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação. Estima-se que uma a cada quatro pessoas terá um AVC ao longo da vida.

O evento pode ter dois tipos: o isquêmico, que é a obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para as células cerebrais; e o hemorrágico, que é o rompimento de um vaso cerebral, provocando a hemorragia. 85% dos casos de AVC são de acidentes isquêmicos e impossibilitam as pessoas de voltar aos seus afazeres.

O diretor técnico do Hospital Montenegro, Jean Ernandorena, afirma que o tempo é importante para que o paciente seja atendido e tratado de forma adequada. “No tratamento do AVC, o tempo é tudo. Estamos falando sobre uma doença que afeta uma a cada quatro pessoas. Quando se tem os sintomas, é muito importante que procure atendimento o mais rápido possível.”

A hipertensão, o sedentarismo, a má alimentação, a taxa de colesterol elevada, a obesidade e sobrepeso, além da arritmia e uso de bebida alcoólica e tabaco são fatores que aumentam o risco da ocorrência de um AVC. Por isso, uma rotina saudável é importante para prevenir e reduzir riscos de um evento. Controlar a pressão, o colesterol, a glicose, evitar ingerir bebidas alcoólicas e tabaco e principalmente mudar a rotina alimentar e de exercícios físicos são atitudes simples que podem reduzir as chances de um AVC.

Na cidade, o Hospital Montenegro 100% SUS é referência em atendimento a pessoas com AVC desde 2017. De acordo com Scheile Ruppenthal, supervisora de Enfermagem, a entidade atende cerca de 30 a 35 pacientes por mês com diagnóstico de AVC. “Fizemos várias campanhas, tanto aqui na cidade quanto na região, para que a gente possa receber esses pacientes em tempo hábil. Se o paciente vem para emergência com sintomas, temos quatro horas e meia para administrar uma medicação que temos somente aqui.”

Débora trabalha no HM, e acredita que as informações que teve no local de trabalho a ajudaram

Para Scheile, o maior trabalho é conscientização das pessoas de que o diagnóstico sempre é feito quando chegar ao hospital, não é necessário esperar para ver se vai passar. “Enquanto pudermos receber essas pessoas e direcionar elas para o tratamento mais rapidamente, para poder ser resolutivo e devolver os pacientes em condições melhores”.

Aprenda a identificar os sintomas
Vários são os sintomas de acidente vascular cerebral, como fraqueza ou formigamento na face, braços ou pernas, principalmente em um lado do corpo; confusão mental; alterações na fala, compreensão, visão (em um ou ambos os olhos); falta de equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar.
Para identificar os possíveis sintomas, testes simples podem ser aplicados. Pedir para a pessoa sorrir, dar um abraço ou cantar uma música são ações que podem mostrar sintomas de um evento. Se a pessoa não conseguir realizar algumas destas ações é necessário procurar ajuda especializada imediata. A possibilidade de tratamento é grande se os sintomas forem reconhecidos e combatidos rapidamente.

A informação pode salvar vidas
Há mais de um ano, a técnica em segurança do trabalho Débora Sousa foi vitima de um acidente vascular cerebral. À época, ela estava sozinha em casa, e notou os sintomas. “Era de manhã, estava começando a minha rotina quando meu braço direito ficou adormecido e percebi que não consegui pegar as roupas para colocar na máquina. Achei que tivesse dormido em cima do braço. Quando fui tentar tomar um banho, eu não tinha forças para abrir o chuveiro”, relata. Ao confirmar que não tinha dormido em cima do braço, ela pediu ajuda ao marido. Mesmo com um sintoma comum, ela foi atrás de atendimento. “Eu cheguei ao hospital, o médico fez todos os testes e confirmou que eu estava tendo um AVC isquêmico.”

Débora afirma que a mudança é necessária para que não ocorra novamente o episódio. “Você começa a ter uma reflexão de que pode ocorrer de novo. As medicações que eu tomava para o coração eu sigo tomando, mas antes eu tomava fora de hora. Hoje eu coloco o celular para despertar na hora que preciso tomar o medicamento. Eu não fazia exercício físico e hoje eu faço academia pelo menos três vezes na semana. Tentei colocar na minha rotina diária algumas ações para que não ocorra novamente.”

Trabalhar dentro do Hospital Montenegro também possibilitou a Débora mais informações sobre como lidar com a situação. “Eu pensei automaticamente no que vi em uma ação da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) que ocorreu um dia antes, que mostrou o que era AVC, quais eram os sintomas e o que fazer. Aquilo ali para mim foi primordial, com aquelas orientações eu pude meio que me diagnosticar, mesmo negando que estivesse tendo um evento. São mudanças que te conscientizam que você deve melhorar.”

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