A saudade e a solidão marcam os dias do publicitário Mateus Heckler na cidade portuguesa de Covilhã. Trancado em um pequeno quarto de república universitária, assiste pela janela as ruas vazias e a polícia abordando quem se atreva a sair de casa. Quando há dois anos deixou a casa dos pais em Pareci Novo para fazer seu Mestrado em Marketing, o publicitário não imaginava que, mais do que presenciar, viveria um capítulo trágico da história da humanidade.
Heckler recorda que as primeiras notícias chegaram em Portugal no começo de janeiro. Ainda eram vagas e por isso não mobilizaram a população. O medo se implantou na metade de fevereiro, quando a Itália começou a mostrar sua tragédia para o mundo. Isso chamou a atenção do governo português, que, exatos três dias depois, decretou isolamento obrigatório. Determinação que foi acatada imediatamente pelo povo.
“As medidas são as seguintes: fica em casa o quanto tu puder”, resumiu. O acesso aos serviços essenciais é controlado e limitado, com exigência de ações de higiene. Nas ruas, a polícia aborda os cidadãos, que precisam provar que realmente têm um motivo para estar fora do isolamento. A punição é uma multa pesada. E após dois meses de restrições severas, nesta segunda-feira, dia 4 de maio, pode haver flexibilização da quarentena. Depois a pauta econômica será debatida.
Na entrevista ao Ibiá via aplicativo Zoom, o jovem parecisense fala de sua rotina dividindo o pequeno apartamento com um colega. As aulas continuam online, os livros são companhia e a Internet é fonte de trabalho e contato com a família e amigos no Brasil. “É ocupar a cabeça, fazendo algumas atividades”. Veja a entrevista completa no vídeo, através do QR Code.