Você quer perder uns quilinhos e… pronto! Lá se foi o pão do café da manhã ou da tarde, substituído por uma bela tapioca. Mas essa é mesmo a melhor alternativa para quem quer reduzir as calorias ingeridas?
De acordo com a nutricionista Karina da Silva dos Santos, a tapioca, feita com fécula de mandioca, é uma ótima opção para celíacos e intolerantes ao glúten, por não conter o ingrediente em sua composição. Para hipertensos, segundo a profissional, também age como aliada, já que a quantidade de gorduras e sódio são bem menores do que comparado ao pão.
“Porém, em relação ao índice glicêmico a tapioca perde a briga. Principalmente por ser composta de carboidratos e quase não ter fibras. Com um alto índice glicêmico acaba por aumentar rapidamente a glicose sanguínea. Diabéticos devem ter muito cuidado ao consumi-la”, considera.
Apesar dos comparativos, a nutricionista justifica que o objetivo não é induzir à exclusão de algum dos alimentos da dieta.
“Antes de sair eliminando comidas das refeições e fazendo qualquer dieta, é importante consultar um nutricionista. Ele te ajudará a determinar o que é melhor para dieta saudável, equilibrada e nutritiva, que seja adequada para o seu caso, tendo em vista sua saúde, necessidades, objetivos e rotina” expressa.
Qual deles fornece maior teor de fibras?
Karina explica que no quesito quantidade de fibras, quem sai ganhando também é o pão integral. Enquanto uma fatia dele apresenta 1,1 grama a tapioca contabiliza apenas 0,75 g em três colheres utilizadas para um preparo.
“Claro que ninguém precisa abrir mão do consumo dessa delícia, é só seguir algumas dicas. A crepioca, que é composta pela tapioca, ovo e chia, é uma boa opção para o café da manhã, pré ou pós-treino ou lanche da tarde. Utilizar fontes de proteínas no recheio, como queijo cottage, branco, ricota, frango desfiado e atum ajuda a reduzir o índice glicêmico”, destaca.
Utilizar fibras na massa como chia e farinha de aveia, conforme orienta Karina, também auxiliam nessa redução. Além de trazer benefícios ao bom funcionamento do intestino, o consumo de fibras contribui para a saciedade do organismo. “O que é bastante útil para controlar o apetite e emagrecer”, pontua.
Acumulando gordura
“Outro ponto importante a ser verificado na hora de escolher a tapioca ou pão integral para sua dieta é o índice glicêmico (IG) de cada um desses alimentos. Esse índice mede a velocidade pela qual os carboidratos de uma comida fazem com que os níveis de glicose – açúcar- no sangue sejam elevados”, informa Karina.
A nutricionista esclarece que para quem deseja emagrecer, o alimento com menor taxa de glicemia é o pão integral. E quanto menores os índices de açúcar, digestão mais lenta, sensação maior de saciedade e consequente controle da fome, relata.
Enquanto uma fatia de pão integral tem em torno de 69 IG, na tapioca esse indicador sobe para 115. Apesar disso, Karina diz que por pouco o pão não entra no grupo de insumos com alta taxa de glicemia.
E para essa constatação, explica que os alimentos são divididos em três categorias: baixo índice glicêmico, com valor menor ou igual a 55; médio, entre 56 a 69 e alto, cujo valor é maior que 70.
“Os picos de glicose no sangue estão associados ao aumento do apetite. Por serem absorvidas rapidamente, as comidas com índice glicêmico alto não promovem uma saciedade duradoura, fazendo com que a fome retorne pouco tempo depois do consumo do alimento. Com o consumo de carboidratos de índice glicêmico alto, as células recebem a glicose toda de uma vez. Isso faz com que o açúcar que não é utilizado como fonte de energia, seja armazenado em forma de gordura”, conclui.