A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico do movimento, progressiva e degenerativa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 1% da população acima de 65 anos tem a doença no Brasil, o que representa aproximadamente 200 mil pessoas. Embora seja muito mais comum em pessoas acima de 60 anos, o número de indivíduos mais jovens diagnosticados com Parkinson está aumentando.
A busca pela melhoria nos tratamentos faz com que muitos centros de pesquisas e universidades criem diversos estudos. Entre tantas buscas e apontamentos por melhores tratamentos, o médico neurocirurgião Marcelo Perocco comenta sobre seis novidades promissoras:
1 – Levodopa inalatória para Parkinson:
O medicamento é como uma bombinha para asma, que oferece um efeito rápido, em apenas 10 minutos. Essa novidade reduz a ação da Levadopa oral antes da próxima dose. “É possível aliviar alguns sintomas que muitas vezes são imprevisíveis, como a sensação de congelamento ao andar, os tremores, a rigidez muscular e o bloqueio ao realizar alguma tarefa motora”, exemplifica Perocco.
2- Uso de toxina botulínica:
Serve para controle de salivação excessiva. A eficácia e a segurança da aplicação da toxina botulínica nas glândulas salivares para combater o excesso de salivação foi confirmada por estudos. O excesso de salivação aumenta o risco de bronco aspiração que pode levar à pneumonia de repetição.
3- Safinamida:
Um medicamento que tem efeito duplo em paciente com Parkinson, aumentando a dopamina e bloqueando o glutamato, ou seja, ajuda a não piorar e até bloquear as discinesias.
4- Vacina para frear a evolução do Parkinson:
Ainda em desenvolvimento, uma equipe de pesquisadores do Hospital Johns Hopkins Medicine afirma ter encontrado novas evidências de que o Parkinson se origina entre as células do intestino e segue até os neurônios do cérebro. “A ideia é de que essa vacina contenha a evolução da doença em seu início. Existem casos em que esses sintomas podem aparecer até 20 anos antes do diagnóstico e, quando eles são identificados precocemente, têm cerca 80% de chances de a pessoa desenvolver a doença. Daí a importância de surgir uma medicação preventiva”, esclarece Marcelo Perocco.
5- Dieta mediterrânea:
Estampada na capa do periódico Movement Disorders, da Sociedade Internacional de Transtornos e Parkinson e Movimento, a dieta mediterrânea foi citada como um dos meios de reduzir as chances de ter Parkinson. O artigo alega que uma alimentação rica em gorduras boas, como o ômega 3, com ação anti-inflamatória e antioxidante tem efeito protetor no cérebro.
6- Novas tecnologias brasileiras:
Estimuladores cerebrais profundos são uma das novas tecnologias disponíveis no mercado nacional para o tratamento da doença de Parkinson. “A vantagem está em permitir que o médico redirecione a energia e garanta que o estímulo seja colocado na região cerebral envolvida com o movimento involuntário, sem o risco de atingir áreas vizinhas e causar efeitos indesejados, como a piora da fala, que já é naturalmente alterada pelo Parkinson”, finaliza Perocco.