O problema que levou o presidente Michel Temer a ser internado e passar por uma cirurgia na semana passada, uma obstrução urológica, gerou constrangimento, uma série de piadas e muita curiosidade. Trata-se de um problema muito simples e comum em homens com mais de 70 anos. Por algum motivo, um trecho do canal urinário é travado, o que impede – total ou parcialmente – a urina de ser expelida. Essa obstrução pode ocorrer próxima dos rins, em decorrência de um cálculo renal, ou, ainda, na uretra.
Temer chegou a ser internado no hospital Sírio-Libanês com quadro de retenção urinária por hiperplasia benigna da próstata. Inicialmente ele foi submetido a uma sondagem vesical, que consiste na introdução de um cateter através da uretra até a bexiga, com o objetivo de drenar a urina.
Essa ocorrência é comum entre os homens na terceira idade porque, com o passar dos anos, aumenta a chance de ocorrer o inchaço da próstata, chamado de hiperplasia. Assim, o canal urinário, já um tanto espremido, na ocorrência de qualquer infecção, fica gravemente interrompido, impedindo a passagem da urina.
Se essa obstrução tiver origem numa infecção, o tratamento será por antibióticos. Já se a causa for a hiperplasia, provavelmente será indicada uma cirurgia. O presidente teve um pequeno sangramento, que formou um coágulo e acabou obstruindo o canal urinário. Temer foi submetido a uma ressecção da próstata. O urologista fez uma raspagem na glândula para diminuir o tamanho dela e liberar o canal urinário. É um procedimento cirúrgico realizado com aplicação de anestesia local.
Sintomas da obstrução
O principal sintoma já é a dificuldade para urinar. Em casos agudos, a dor também é intensa. Mas há os chamados “casos crônicos”, que pioram lentamente e, com o passar do tempo, o paciente vai tendo mais dificuldade em urinar. O acúmulo de urina não expelida é um complicador para outros problemas. Ele favorece o surgimento de infecções e lesões na bexiga e nos rins.