Um evento científico realizado essa semana marcou o lançamento oficial da cirurgia robótica no Hospital Moinhos de Vento. Intitulado “O papel da robótica nas cirurgias minimamente invasivas”, a atividade contou com a participação de vários especialistas. O DaVinci, como é chamado o robô, entrará em funcionamento na primeira quinzena de janeiro.
A expectativa é realizar mais de 100 procedimentos só no primeiro ano, ampliando esse número com o passar do tempo. “Somos a primeira instituição privada do Estado a oferecer a tecnologia, que vai elevar as competências técnicas do corpo clínico. Queremos ser um polo de educação e de parceria no desenvolvimento da Urologia e de outras especialidades”, disse o superintendente Executivo do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini.
A cirurgia robótica é a realização de procedimentos cirúrgicos com o auxílio de uma unidade de comando. O DaVinci reúne três componentes principais: um console ergonômico do cirurgião, um totem de quatro braços cirúrgicos interativos junto ao paciente e uma torre de vídeo de alta definição.
O cirurgião manipula, com seus dedos, controles que transferem remotamente todos os comandos às pinças, filtrando pequenos tremores ou movimentos muito bruscos. A visão se dá a partir de dois sistemas ópticos de alta qualidade que proporcionam uma visão em três dimensões com imagem em altíssima definição. Os detalhes dos tecidos podem ser ampliados com aumento digital, sem perder a definição.
As pinças permitem liberdade de movimentos de até 720°, dependendo de configuração, muito mais amplos e precisos do que os realizados pela mão humana. Cada movimento é guiado diretamente pelo cirurgião com níveis elevados de segurança, impedindo movimentos autônomos do braço robótico, sendo esse um ponto importante da nova tecnologia. Neste primeiro momento, o DaVinci será utilizado para procedimentos em áreas com maior prevalência – urologia, coloproctologia, ginecologia, digestiva, torácica e cirurgia geral.
Destaque internacional do evento, o urologista André Berger compartilhou sua experiência como um dos brasileiros pioneiros em cirurgia robótica. O especialista, natural de Porto Alegre e radicado nos Estados Unidos há 10 anos, é professor na Universidade do Sul da Califórnia. “As cirurgias robóticas têm crescido no mundo. São feitas através de pequenas incisões, com cortes menores, diminuindo o sangramento do paciente e o tempo de recuperação. Assim, é possível voltar à rotina mais rapidamente”, ressaltou Berger, que atua no departamento de cirurgia robótica urológica mais reconhecido do mundo pela expertise e inovação com essa tecnologia.