O Hospital Montenegro (HM) deu o pontapé inicial num programa de capacitação sobre doação de órgãos. Em atividade realizada no final da tarde de quarta-feira, 4, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) abordou o programa Cultura Doadora Montenegro. Foram apresentadas informações – a colaboradores do hospital e também ao público externo – sobre a comissão e a razão da captação de órgão ser tão importante.
A diretora Clínica no HM destacou que o objetivo é aproximar a todos e levar informação a quem quiser. Ela iniciou sua apresentação destacando que, a partir do momento que o HM tornou-se referência para casos de Acidente Vascular, houve uma mudança de perfil da UTI. “A morte encefálica, quando o comando cerebral para enquanto os órgãos ainda podem ser preservados por algum tempo em UTI, é sempre súbita. Um AVC ou um traumatismo. E é preciso que todos saibam lidar com essa situação, dolorosa às famílias, mas que possibilita salvar outras vidas”, destacou a médica.
A coordenadora da ONG Cultura Doadora, ligada ao Sindicato dos Professores do Ensino Privado do RS (Sinpro/RS), Glaci Borges, contou um pouco do início do seu trabalho. Um dos primeiros passos foi abordar o tema no meio educacional, mas a palavra “morte” não era bem vinda. Aos poucos, no entanto, o ato de doar, muito mais abrangente, ganhou espaço. “A criança vê tudo de uma forma muito bonita. O medo é do adulto”, resumiu Glaci.
A campanha que ainda se inicia já trouxe frutos, pondo fim ao 100% de negativas familiares. Após anos sem nenhuma captação, em 2018 houve, até o momento, quatro casos de possíveis doadores. Dois resultaram em doações e os demais foram negados pelas respectivas famílias. As capacitações serão mensais, sempre na 1ª quinta-feira do mês e abertas à comunidade.