A frequência do consumo do tabaco entre os fumantes nas capitais brasileiras reduziu em 36%, no período de 2006 a 2017, apontam dados do Ministério da Saúde. Nos últimos anos, a prevalência de fumantes caiu de 15,7%, em 2006, para 10,1% em 2017. Os números foram divulgados durante evento no Instituto Nacional de Câncer, no Rio de Janeiro.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco é responsável por oito milhões de mortes por ano no planeta. Mais de 40% delas causadas por doenças pulmonares como câncer, doenças respiratórias crônicas e tuberculose. Também está relacionado à hipertensão arterial, infarto do miocárdio, aterosclerose, bronquite crônica,enfisema pulmonar, entre outros.
Em 2016, o número total de adultos que fumam era de 10,2%. Quando separado por gênero, a frequência de fumantes, em 2017, é maior no sexo masculino (13,2%) do que no feminino (7,5%). Se analisado por faixa etária, a frequência de fumantes é menor entre os adultos com 65 anos e mais (7,3%). Já as faixas etárias de 18 a 24 anos (8,5%) e 35 a 44 anos (11,7%) apresentaram um pequeno aumento em relação ao ano anterior, quando foram registrados 7,4% e 10%, respectivamente.
O hábito foi maior entre os adultos com menor escolaridade (13,2%), e cai para 7,4% entre aqueles com 12 anos e mais de estudo. O inquérito também mostrou que entre as capitais do país com maior prevalência de fumantes estão Curitiba (15,6%), São Paulo (14,2%) e Porto Alegre (12,5%). Salvador foi a capital com menor prevalência de fumantes (4,1%).
Após fumar por 27 anos, a comerciante Caroline Ritter, 49, conseguiu abandonar o hábito nocivo. E, pode parecer estranho, mas não houve um esforço ou dedicação para atingir tal feito. “Não estava tentando parar de fumar. Sempre dizia que não queria parar, mas perder a vontade. Não queria sofrer”, conta.
A montenegrina sempre teve fé de que conseguiria largar o vício. Ela credita a conquista, exatamente, ao Divino. Em um dia de 2018, ela chegou em casa após o trabalho, acendeu um cigarro e fumou. Depois, como por mágica, a vontade de tragar outro sumiu. “Para mim, é um milagre, uma força maior para eu realmente parar de fumar. É como se eu nunca tivesse fumado”, comenta. No dia 10 de abril passado, Caroline comemorou um ano sem tabaco.
O filho dela, Rafael, 30 anos, e os netos Maria Eduarda, 7, e João Gabriel, 5, receberam a notícia com certa incredulidade. Chegavam a sentir o cheiro da avó para conferir se realmente não tinha dado umas tragadas. “O João perguntou para mim se eu tinha mesmo parado de fumar. Quando disse que sim, ele falou ‘que bom, então tu não vai morrer’”, conta.
Entre os benefícios da nova vida, está a ausência de pigarro e tosse
Metodologia
As informações são da pesquisa Vigitel 2017 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). A pesquisa foi feita por telefone nas 26 capitais e Distrito Federal e contou com 53.034 entrevistas.
Tratamento gratuito pelo SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para os fumantes. Para isso, a população deve procurar centros/postos de saúde ou a Secretaria de Saúde do município para informações sobre locais e horários de tratamento.
Para outras informações, ainda é possível consultar a Coordenação de Controle do Tabagismo na Secretaria Estadual de Saúde ou entrar em contato com o Disque Saúde 136. São oferecidos, sem custo, medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e bupropiona.