Na conclusão da série de matérias a respeito do Novembro azul e a necessária campanha de prevenção à saúde masculina, o Jornal Ibiá hoje faz um importante lembrete: além de manter hábitos saudáveis, deixar o preconceito de lado e ir ao médico com regularidade, é importante manter os exames em dia. Somente com diagnóstico preciso e confiável, um tratamento poderá ser eficiente. Isso vale para câncer de próstata ou para qualquer outra enfermidade.
Sobre este assunto, a reportagem do Ibiá conversou com o médico radiologista intervencionista da Imavida Diagnóstica, Silvio Cavazzola. Segundo ele, felizmente, a conhecida falta de cuidados com a saúde do público, vem reduzindo nos últimos tempos. “Nos últimos anos, devido às campanhas nos vários meios de mídia, o homem tem procurado mais cedo o médico urologista para fazer a prevenção”, destaca o especialista. Ainda assim, na maioria das vezes, permanecem sendo as companheiras que incentivam o homem a fazer a prevenção.
Como sempre vale a pena relembrar, Cavazzola cita alguns cuidados básicos. Segundo ele, a consulta periódica deve ser realizada uma vez ao ano com um urologista. Então, é realizado o exame de toque e o exame de sangue para medir o nível do PSA, que é uma substância produzida pela próstata e cuja elevação pode indicar alguma alteração no órgão masculino. “Estes ainda são os melhores métodos para a prevenção”, reforça Silvio Cavazzola. Em caso de alteração ao toque ou elevação significativa do PSA, recomenda-se a coleta de material da próstata (biópsia) para melhor avaliação.
Sabe-se pouco a respeito do que causa o câncer de próstata. Assim como a maioria dos tumores, seja de próstata ou de qualquer outro órgão, ele origina-se de mutação de uma célula normal que se desenvolve de maneira anômala. Os fatores que originam esta mutação, no entanto, não são totalmente claros.
E, possivelmente, não têm uma única causa. Em princípio, destaca o profissional, não existe um perfil de homem que deva tomar mais cuidado por ter mais riscos. Todos devem sempre ficar atentos ao próprio corpo e a própria saúde. “Porém, a incidência de câncer de próstata, salienta o médico, costuma ser ligeiramente maior em afrodescendentes do que na população caucasiana”, completa o médico. Quem precisa ficar um pouco mais atento são os pacientes que tiverem pai, avô paterno ou irmão com câncer de próstata. Estes, têm uma maior probabilidade de desenvolver câncer de próstata que a população em geral.
Já sobre a idade “mais perigosa” aos homens quando o assunto é câncer de próstata, o especialista diz que o acompanhamento com o urologista começa a partir do 45/50 anos. Se você já passou dos 50 e ainda não procurou o médico, saiba que sempre é hora. Até porque, a incidência do câncer de próstata aumenta com a idade, sendo maior a partir do 70/80 anos.
Estilo de vida faz diferença?
A resposta para esta pergunta costuma gerar controvérsias. É que, na literatura médica, não está bem definido se o estilo de vida propicia uma maior ou menor incidência de câncer de próstata. Mas aqueles cuidados básicos de alimentação de exercícios na medida certa costumam sim fazer a diferença na saúde com um todo.
“O que se sabe é que alimentação saudável e prática de exercícios ajudam o organismo a estar com a imunidade mais forte, diminuindo o risco de várias doenças, entre elas o câncer de próstata”, detalha Silvio Cavazzola.
Não será a inclusão de um alimento, retirada de outro em específico ou prática de algum esporte determinado que garantirão uma proteção aos homens. Alguns estudos apontam o leuocopeno, substância que é encontrada no tomate, por exemplo, com um fator protetor para a saúde da próstata. No entanto, o melhor mesmo é alimentar-se bem no geral e manter-se ativo. Sem exageros e, sempre, fazer as consultas médicas preventivas.