Mesmo com o diagnóstico do câncer de próstata, é importante salientar que as linhas de tratamento para a doença são formas de aumentar a qualidade de vida do paciente. O urologista do Hospital Montenegro, Dr. Isachiel Kautz, afirma que o estudo do melhor tratamento é feito de acordo com o estágio da doença. Há quatro linhas de tratamento comuns para quem tem câncer de próstata.
De acordo com o urologista, cada diagnóstico requer uma linha de tratamento específica. “Quando temos um diagnóstico de câncer de próstata, aí temos que ver qual tratamento será usado. Precisamos entender um pouco mais a agressividade do tumor, o estadiamento (procedimento para determinar a extensão do câncer) para poder propor um tratamento adequado.”
Os tumores iniciais, de baixa agressividade, normalmente não precisam de intervenção cirúrgica. São tumores de evolução tão lenta que apenas o acompanhamento dos pacientes é necessário. “O tratamento padrão para um tumor um pouco mais avançado e localizado na próstata continua sendo a cirurgia, chamada prostatectomia radical.”, enfatiza o médico. A realização da cirurgia radical da próstata nas fases iniciais visa curar o paciente, mas quando os tumores já estão em um grau de avanço, a cirurgia não é o tratamento indicado, e a radioterapia é indicada.
Podendo ser usada como tratamento primário em paciente sem condições clínicas para uma cirurgia, a radioterapia é a segunda linha de tratamento utilizada. De acordo com Isachiel, a radioterapia tem uma boa ação no tratamento da doença. “Se você faz uma cirurgia e ocorreu uma falha, quando a doença não ficou totalmente curada, pode lançar mão de uma radioterapia em doses menores, visando ainda controlar e curar a doença.”
Com tumores mais avançados, que já atingiram outros órgãos, como pulmão, fígado ou até mesmo ossos, nem a cirurgia e nem a radioterapia serão eficazes. Neste caso, a hormonioterapia é o mais indicado. A testosterona é um hormônio produzido pelo testículo e dá as características masculinas. A presença deste hormônio faz com que as células se multipliquem. A retirada da testosterona pode ser eficaz no tratamento, fazendo com que as células parem de crescer. Mas o urologista alerta que não funciona em 100% dos casos. “Infelizmente essa parada, essa involução do câncer é provisória, em pouco tempo o tumor volta a crescer em um ambiente sem hormônio.”
A quimioterapia é a última linha de tratamento. Ela é recomendada para casos avançados da doença. “Atualmente existem muitos tratamentos com drogas hormonais, cada ano uma droga nova é lançada, prometendo que vai controlar a doença, mas a doença avançada é muito mais complicada de controlar.”
Há vida após o câncer de próstata
De acordo o também urologista Waldir João Kleber, após o tratamento, também é importante seguir realizando exames preventivos anuais. “A pessoa que foi diagnosticada com câncer, fez a cirurgia e foi considerada curada, deve seguir realizando os exames preventivos anuais, porque pode ter alguma alteração e é necessário ter uma avaliação anual da saúde.”
Ainda de acordo com Kleber, os homens estão mais cuidadosos com sua saúde, apesar de ainda terem certo preconceito. “Quando comecei a atuar na área, há 35 anos, eram poucos os pacientes que faziam a prevenção. Hoje tenho bem mais. Mas ainda falta outros fazerem essa prevenção, que não fazem atualmente.”
As campanhas informativas sobre a prevenção do câncer de próstata estão cada vez maiores, e isso é importante. “Existe um espaço muito grande de continuar com campanhas informativas, trazendo a informação da importância da prevenção, porque ainda se perde muitas vidas que poderiam ser salvas, e se acrescenta pouca qualidade de vida por causa da morbidade, associada ao tratamento e a doença.”, afirma o urologista.