Detox digital: desconectar faz bem para a saúde

Você costuma deixar de conversar com quem está ao seu redor para se atentar às novidades nas redes sociais, ou sempre deixa de fazer coisas do seu dia a dia para ficar na internet ou vendo séries e filmes, mesmo tendo vontade de sair? E já sentiu o celular vibrando ou ouviu ele tocando, mesmo sem ter recebido nenhuma ligação ou mensagem? Cuidado. Você pode estar abusando do uso da tecnologia.

Ficar um dia inteiro ou apenas algumas horas sem internet pode fazer bem à saúde. Desconectar de celulares, videogames, computadores e demais equipamentos eletrônicos é o objetivo do Desafio Detox Digital Brasil.

A proposta será lançada neste domingo e convida os brasileiros e tirarem um tempo offline, curtindo espaços de lazer, conversando com amigos e familiares e passeando nos parques. Ou, para quem é mais caseiro, simplesmente curtindo um tempo sem a preocupação com o que está ocorrendo nas redes sociais.

Foto: arquivo pessoal

Essa atitude pode, sim, ser benéfica para a saúde mental, de acordo com o psicólogo Márcio Hoffmeister. “A ideia é viável no sentido de ‘tirar um tempo’. E ela é necessária para qualquer aspecto da vida”. De acordo com o psicólogo, existe relação entre o tempo de ócio e o aprendizado, por exemplo. “O cérebro necessita de espaços vazios (tempo) para seu melhor funcionamento. Mas a relação com a tecnologia vai além, principalmente quando ela afasta do convívio social”, explica.

Foto: arquivo pessoal

De acordo com ele, esses tempos desconectados podem ser utilizados para melhorar a qualidade de vida como um todo e intensificar habilidades sociais. Isso porque já há estudos relacionando o uso excessivo de redes sociais a problemas como depressão, ansiedade, distúrbios do sono, síndrome do toque fantasma (quando o usuário sente o aparelho de celular vibrar ou tocar sem nem ter recebido notificações ou ligações e fica o tempo todo olhando as notificações). O ideal é buscar ajuda profissional antes de começar a ter transtornos, sejam sociais, profissionais ou pessoais. Para o psicólogo, é importante estar aberto às observações das pessoas ao nosso redor. “Normalmente suas reações denunciam nosso afastamento”. Segundo Hoffmeister, cada psiquismo responde de uma forma à tecnologia e não há como determinar um tempo ideal de uso das redes sociais. É importante que cada pessoa identifique seu tempo de parar. “Tarefa complicada, uma vez que os excessos dificilmente são reconhecidos”, afirma.

“Eu parei de ficar estressado por coisas que não poderia resolver”
Sentir-se cansado, sobrecarregado ou ter a sensação de carregar o mundo nas costas após um dia inteiro de trabalho ou estudo na internet é bastante comum. Mas isso não pode ser encarado como normal e é fundamental encontrar um equilíbrio entre a necessidade de uso da tecnologia, a diversão online e a vida social fora das redes. Nos tempos ultraconectatos em que vivemos, a ideia de desconectar ganha força, sobretudo entre os jovens. É o caso do estudante João Schoellkopf, de 15 anos. Integrante da geração Z, nascida em um ambiente totalmente tecnológico, ele optou por se desligar das redes sociais pouco a pouco. “Por enquanto, parei de usar Facebook e Twitter e estou usando apenas Instagram e Reddit”, afirma.

A escolha, segundo o adolescente, é também pela saúde mental. “Comunidade tóxica e assuntos que não me interessam mais”. Ele conta que percebeu, ao frear o uso das redes sociais, que melhorou sua produtividade no dia a dia. “Eu parei de ficar estressado com coisas que não poderia resolver”, exemplifica.

A ideia de desconectar não signfica abandonar qualquer tipo de interação com o ambiente tecnológico, mas usá-lo de forma mais moderada, sem depender da atualização constante das redes sociais. E João segue essa lógica. “No meu dia a dia, costumo usar bastante a internet para pesquisa e jogar jogos eletrônicos. Mas, também tenho horários para aulas extracurriculares e para passear com meus amigos”.

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