No intuito de conter o avanço da sífilis no país, serão intensificadas as ações dos governos Federal, Estadual e municípios no intuito de prevenir, diagnosticar e tratar doença. A estratégia, chamada de “Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção”, oferecerá aos municípios R$ 200 milhões do orçamento do Ministério da Saúde, por emenda parlamentar. Serão priorizadas 100 cidades que concentram 60% dos casos da doença no país.
São cidades com grande concentração populacional e as quais, devido ao fluxo de pessoas, a redução dos índices de transmissão colaborarão para conter a doença em todo o território nacional. No Rio Grande do Sul as cidades são: Porto Alegre, Canoas, Viamão, Passo Fundo, Santa Maria, São Leopoldo, Rio Grande, Caxias do Sul, Alvorada, Santa Cruz do Sul, Bento Gonçalves e Sapucaia do Sul.
A estratégia conta ainda com a parceira de organismos internacionais, associações e sociedades médicas. Ao anunciar a agenda, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, enfatizou que a ampliação do diagnóstico e do tratamento é fundamental para reduzir os índices da doença. “Garantimos o abastecimento dos municípios com a penicilina e ampliamos também a oferta dos testes. Mas ainda é necessária uma mudança no comportamento dos profissionais de saúde e também da população”, explicou Ricardo Barros.
Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) trabalharão de forma integrada para fortalecer diagnóstico, vigilância epidemiológica, tratamento, assistência, pesquisa e comunicação. Na ampliação e qualificação do diagnóstico, uma das ações do plano é o aumento da testagem, principalmente nas grávidas. Isso porque a identificação ainda no primeiro trimestre da gestação e o tratamento adequado impedem a transmissão da doença da mãe para o bebê.
Todos os tipos de sífilis tiveram aumento no país
Seja em adulto, em gestantes e congênita (em bebês), todos os topos de sífilis tiveram aumento no país. A notificação é obrigatória no país há pelo menos cinco anos. Segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2017, entre 2015 e 2016, a sífilis adquirida teve um aumento de 27,9%; a sífilis em gestantes de 14,7% e a congênita de 4,7%.
Em 2016, foram registrados 87.593 casos de sífilis adquirida em todo o país, com taxa de detecção de 42,5 casos por 100 mil habitantes. Já em gestantes, a taxa de detecção da sífilis foi de 12,4 casos a cada 1.000 nascidos vivos, considerando o total de 37.436 casos da doença. Com relação à sífilis congênita (em bebês), ano passado foram notificados 20.474 casos da doença, uma taxa de incidência de 6,8 por 1.000 nascidos vivos.