Carteira de vacinação é documento da criança

Após nove meses de muita ansiedade, enfim, chega a hora do parto. Muita emoção, fotos, mimos dos avós, visitas e familiares…e…no meio disso tudo os pais do recém-nascido recebem algo muito importante: a carteirinha de vacinação. Esse documento deverá acompanhar a criança durante toda a infância, sendo guardado pelos responsáveis com bastante cuidado. A própria maternidade já aplica as primeiras doses de imunização ou informa aos pais sobre como proceder nas unidades básicas de saúde.

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Carmem Pereira, pediatra

Todo bebê recebe, ao nascer, a sua caderneta de vacinação. O documento foi criado pelo Ministério da Saúde para registrar as imunizações que a criança tomou e as que ela ainda precisa receber, considerando que a proteção para algumas doenças depende da sequência de várias doses no período correto. A pediatra Carmem Pereira defende que os pais tenham muito zelo pela carteirinha. “Vacina é sempre para o bem, sempre para proteger a criança ao longo da sua vida. Os pais têm de ver a carteirinha como um documento dos filhos”, destaca. É através dela que os pais se organizam para que nenhuma dose fique falhada. “O esquema de vacinação é extenso até os quatro anos, e sobretudo nos primeiros 12 meses de vida. Se os pais receberem uma lista com todas as informações logo no início, acabam se perdendo. Então, na maternidade, oferecem a orientação das primeiras imunizações e depois, sempre que a criança recebe uma dose os profissionais do posto orientam para as próximas”, diz Carmem.

A pediatra lembra, ainda, que a carteirinha traz informações importantes para quem acompanha a saúde do menor. “Ali há todo o histórico da criança. Olhando a carteirinha da criança que chega ao consultório eu tenho a evolução de peso, altura. E aos pais há diversas informações que devem ser lidas”, destaca a médica, lembrando que o documento pode ter diferenças de acordo com o estado, mas, que o básico é igual, conforme orientado pelo Ministério da saúde. Ela cita também a carteirinha dos adolescentes, que é pouco conhecida e não tem distribuição geral, mas que também é importante por trazer informações dessa fase da vida.

Houve falta de vacinas BCG e pentavalente nas salas do município

Falta de vacinas preocupa
Mesmo com a conhecida importância das vacinas, em alguns casos os cuidados dos pais não bastam, já que eles levam as crianças aos postos e são informados da falta de doses. Isso ocorreu em Montenegro e em outras cidades pelo Brasil em 2017 e no início de 2018, quando houve falta de doses da BCG e da pentavalente. Segundo a enfermeira Nicole Ternes, responsável pelo setor de vacinação da Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Montenegro a situação já foi regularizada.

“As duas imunizações já estão em estoque nas salas de vacina do município”, garante Nicole. A vacina BCG, porém, permanece em regime de agendamento, não pela falta no momento, mas a fim de otimizar o uso, evitando desperdícios e uma nova falta deste imunobiológico, que está vindo ao país por meio de importação. “O frasco da BCG é no formato multidoses e, seis horas após a abertura, as doses que não forem utilizadas são desprezadas. Estamos agendando todas as semanas e no momento temos seis crianças na lista aguardando. Quando fechar 10, entro em contato com a família e faço o agendamento, com data e local”, Nicole explica o procedimento. Já a vacina pentavalente retornou às salas de imunização no dia 23 de março. Como ela vem em frasco de dose única, não é necessário fazer o agendamento.

No caso da BCG, o problema originário da falta de doses estava no laboratório produtor no Brasil, que não vinha conseguindo suprir a necessidade de doses no país. Por isso, atualmente ocorre importação. Já a falta da pentavalente estava ocorrendo por dificuldades na central de distribuição do Estado.

A pediatra Carmem Pereira confirma que em 2017 os pais tiveram grande preocupação com a falta de doses, tanto na rede pública, quanto privada. “Não tinha o que fazer porque não tinha vacina”, diz ela. Carmem lembra que, apesar de preocupante, a falta da vacina pode ser contornada por um período. Mas os pais devem acompanhar esse problema de perto. “Existe um prazo considerado seguro para as crianças tomarem a vacina. Não é tão exato, há uma margem. Não há razão para pânico, portanto, mas, os pais devem acompanhar, procurar saber se vai demorar o agendamento e jamais esquecer do assunto”, enfatiza a médica.

A vacina BCG protege contra a tuberculose miliar, uma das formas mais graves da doença, capaz de afetar vários órgãos. Também imuniza contra a meningite tuberculosa. Já a pentavalente imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, meningite por Haemophilus influenzae tipo b e poliomielite.

Calendário de vacinas recomendadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria

BCG ID1 – ao nascer
Hepatite B – ao nascer e reforços aos 2, 4 e 6 meses
DTP/DTPa – 2,4,6 e 15 meses. Depois, aos 4 e 6 anos
dT/dTpa – Aos 14 anos
Hib – 2,4,6 e 15 meses
VIP/VOP – 2,4,6 e 15 meses. Depois, aos 4 e 6 anos
Pneumocócica conjugada – 2,4,6 e 12 meses
Meningocócica C e A,C,W,Y conjugadas- 3,5,7 e 12 meses. Depois, aos 4,6 e 11 anos
Meningocócica B recombinante – 3,5,7 e 12 meses
Rotavirus – 2,4 e 6 meses
Influenza – 6 e 7 meses
SCR/Varicela/SCRV – 12 e 15 meses

Hepatite A – 12 e 18 meses

Febre amarela – A partir dos 9 meses de idade

HPV – Meninos e Meninas a partir dos 9 anos de idade

Dengue – Para crianças e adolescentes a partir de 9 anos de idade

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