Câncer de próstata: vamos falar sobre isso?

O Instituto Nacional do Câncer (INCA), com o apoio do Ministério da Saúde, lançou uma cartilha sobre o câncer de próstata. Nesse material constam informações importantes a cerca dos sintomas, tratamentos e prevenção dessa doença. O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais frequente em homens no Brasil, atrás apenas do de pele. Embora seja comum, por medo ou desconhecimento, muitos homens preferem não falar sobre a doença.

As células são as menores partes do corpo humano. Durante toda a vida elas se multiplicam, substituindo as mais antigas por novas. Mas, em alguns casos, pode acontecer um crescimento descontrolado. Nesses casos são formados os tumores que se dividem entre benignos e malignos, sendo o segundo caso os que constituem o câncer.

Na maior parte das ocorrências, o câncer de próstata cresce de forma lenta e não chega a dar sinais durante a vida, nem a ameaçar a saúde do homem. Em uma parte dos episódios, porém, pode crescer rapidamente, se espalhar para outros órgãos e causar a morte.

Alguns fatores, chamados de risco, podem aumentar a chance da doença surgir. A idade é um deles. No Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos. Outro fator relevante é o histórico familiar. Homens cujo pai ou irmãos tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos devem fazer acompanhamento mais próximo. Estudos recentes demonstraram, ainda, que há maior ocorrência da doença entre homens com peso corporal elevado.

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João Gabbardo dos Reis, secretário de Saúde do RS
Crédito: Divulgação Secretaria de Saúde do RS

A polêmica decisão entre rastrear ou não a doença
Por muitos anos as autoridades médicas indicaram que todos os homens, a partir dos 45 anos, deveriam realizar exames preventivos. Hoje muitos profissionais questionam essa decisão. O secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, João Gabbardo dos Reis, ainda em 2015, mudou a indicação para a rastreabilidade da doença no Estado.

O secretário não recomenda que sejam feitos exames de rastreamento em todos os homens a partir de certa idade, seja o PSA (exame de sangue) e o de toque retal. Ele pauta sua argumentação em trabalhos científicos que demonstraram não haver nenhuma vantagem de as pessoas fazerem exames dessa forma. Para João Gabbardo, a realização dos exames só se explica com a presença de sintomas ou histórico familiar de câncer de próstata.

A cartilha do Inca de 2017 apresenta orientações no mesmo sentido. O material apresenta a vantagem e os riscos do rastreamento. Mas, destaca que, tanto o Ministério da Saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), não recomenda que se realize o rastreamento do câncer de próstata. “Procure conhecer os riscos e os benefícios que envolvem a realização desses exames de rotina e converse com o profissional de saúde para decidir se deseja ou não realizá-los”, é a orientação do Inca.

A Sociedade Brasileira de Urologia, porém, mantém a recomendação de que homens a partir de 50 anos devem procurar um profissional especializado, para avaliação individualizada. Aqueles da raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos. O rastreamento deverá ser realizado após ampla discussão de riscos e potenciais benefícios. Após os 75 anos poderá ser realizado apenas para aqueles com expectativa de vida acima de 10 anos.

O que é a próstata?
É uma glândula presente nos homens, localizada na frente do reto, abaixo da bexiga, envolvendo a parte superior da uretra, canal por onde passa a urina. A próstata não é responsável pela ereção nem pelo orgasmo. Sua função é produzir um líquido que compõe parte do sêmen, que nutre e protege os espermatozóides.

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Crédito: Cartilha INCA

Benefício x riscos do rastreamento
– Realizar o exame pode ajudar a identificar o câncer de próstata logo no início da doença, aumentando assim a chance de sucesso no tratamento;
– Ter um resultado que indica câncer, mesmo não sendo, gera ansiedade e estresse, além da necessidade de novos exames, como a biópsia;
– Diagnosticar e tratar um câncer que não evoluiria e nem ameaçaria a vida;
– O tratamento pode causar impotência sexual e incontinência urinária.
*Os riscos desses exames estão relacionados às consequências dos seus resultados e não à sua realização.

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