Benício vem aí!

Como pode alguém tão pequeno, antes mesmo de ser tocado ou ter seus traços conhecidos já conseguir mudar o mundo? O mundo de seus pais, principalmente. E, especialmente, aquele da mulher que lhe carrega no ventre. Cientificamente, essa pergunta ainda não foi respondida. Emocionalmente, porém, cada gestante explica em palavras, gestos e afagos na barriga.

É isso que se observa em Cristiane Oliveira, de 29 anos, grávida de oito meses do primeiro herdeiro. Benício deve chegar aos seus braços até o dia 4 de agosto. E quem disse que um bebê planejado não traz mudanças na vida e muita apreensão? Mais do que planejada, a vinda de Benício soou quase como um empurrão do destino.

É que Cristiane e seu noivo, Moisés, pensavam em ter um filho no futuro. Mas, como ocorre atualmente com a maior parte das mulheres, a decisão de que a “hora chegou” era postergada, frente a outros objetivos. Professora da Educação Infantil, Cristiane se viu decidindo ser mãe devido a uma questão de saúde. Com hipotireoidismo – problema no qual a glândula da tireoide não produz hormônios suficientes – Cristiane ouviu de sua médica que, caso esperasse mais, poderia enfrentar dificuldades para engravidar. Era o “empurrão” que faltava para a decisão.

“Eu sempre quis ser mãe antes dos 30 anos. Mas quando soube que o hipotireoidismo pudesse influenciar é que tive a decisão. Estava na hora. Então convenci meu noivo e juntos curtimos todo o momento”, conta a gestante que reconhece aqueles questionamentos tão presentes na mente das mulheres hoje em dia. Entre muitas ocupações, às vezes, a “hora ideal” parece não chegar nunca.

Com boa saúde em geral, Cristiane descobriu o hipotireoidismo e iniciou tratamento para regular os hormônios e, então, engravidar. O plano era para um ano à frente, mas, apenas quatro meses depois, a gravidez foi confirmada. Muito tranquila, a futura mamãe conta que conseguiu manter uma vida normal durante praticamente toda a gravidez. Agora, na reta final, Benício resolveu dar um susto e ela precisou mudar os planos. “Eu planejei e organizei tudo mentalmente. Pensei que conseguiria trabalhar até as férias de inverno, depois teria a licença e voltaria. Porém, tive a chamada ‘contração de treinamento’, quando o útero contrai antes da hora. Então já estou afastada, por licença saúde”, conta Cris, como Cristiane gosta de ser chamada.

Agora em repouso, antes Cris sempre teve uma vida ativa. Porém, não pense que se trata de uma fã de academias. “Não gosto da rotina de frequentar e ficar naquele ambiente. Prefiro fazer caminhadas e sempre tive esse hábito”, conta a futura mamãe. Assim, sem muitas regras, porém, cuidadosa sempre foi a alimentação. “Tenho uma alimentação saudável, como de tudo, mas, não sigo uma dieta específica”, diz ela, uma apaixonada por chocolate. Acompanhado desde o início, Benício tem tudo para vir ao mundo cheio de saúde. Durante toda a gestação ele apresentou o desenvolvimento esperado. “E será alto, tudo indica”, diz a mãe, aos risos.

O hipotireoidismo, que talvez dificultasse uma gravidez futura, fez Cristiane antecipar os planos de ser mãe

À espera pelo parto
Por mais tranquila e serena que a gestante seja – e esse é o caso de Cris – as semanas que antecedem o parto são de alguma preensão. Benício nascerá no Hospital da Unimed Vale do Caí e, se tudo for como a gestante espera, será por parto normal. “Quero muito que seja normal. Vai depender muito da posição em que ele estiver. E o Benício está se virando muito. Mas espero que possa ser normal”, conta. Caso uma cesárea se faça necessária, não terá marcação prévia. “Não. Está decidido que não vou marcar. Que ele decida quando quer vir”, define Cristiane. O que está definido por ela e o noivo é que Benício não será filho único. “Pretendo ter mais. Eu tenho dois irmãos. Não imagino como é viver sozinha e quero que Benício tenha essa experiência”, relata Cris, afirmando, porém, que vai esperar alguns anos para encomendar o segundo.

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Cristiane nunca gostou muito de carne, mas, durante a gravidez, sentiu desejo por um bife. Foto: arquivo pessoal/CrisOliveira

“Tudo mudou, até o que eu nunca imaginei”
Quem nunca ouviu de seus pais a frase: “quando você tiver filhos irá entender”? No caso de Cristiane, a profecia se concretizou. “Tudo o que eu achava que não era real, que não existia mesmo, na gravidez se confirmou, eu tive”, conta ela. No tudo está incluído enjôos, azia e desejos. Aliás, veio da alimentação uma mudança curiosa.
No passado, Cristiane tentou ser vegetariana. Apesar de não apreciar comer carne, acabou desistindo. Afinal, por uma questão cultural – ela vem de família tradicionalista – o churrasco sempre está presente à mesa. Mas, no dia a dia, ela nunca sentiu falta da proteína animal. “Sempre fui do feijão. Esse não podia faltar. A carne, eu dispensava”, relata. Mas um dia, ela conta entre risos, olhou para o noivo e disse que tinha “vontade de comer um bife”, recebendo um olhar incrédulo de Moisés. O aumento no apetite também foi percebido pelo noivo. “Sempre fui daquelas pessoas que come feito passarinho. Agora não. Tenho fome. É o Benício!”, brinca Cris Oliveira.

Por enquanto, ela passou dos 57kg aos 70kg. O que está pouco acima do que a médica disse ser o esperado. Nada que tire o sono da gestante. O peso, atualmente, não é algo que a preocupe. “Há um tempo atrás, pela desconfiança de ser celíaca, tive de cortar o glúten da alimentação e, depois, fiz uma reinserção. Nesse período, cheguei a ganhar 15 quilos. Mas hoje tenho um peso normal e esse ganho em função da gravidez não me preocupa”, conta, relatando que, em função da tireóide desregulada, era possível um ganho de peso mais elevado. “A gestação mesmo pode desregular um pouco pelas mudanças hormonais”, completa. Como ela mantém o peso normal? Fazendo substituições para não ficar sem o que aprecia. “Eu gosto de comer pão. Então como consumo carboidrato pela manhã, no almoço, evito massa ou arroz. Mas não deixo de comer uma pizza, por exemplo”, brinca ela.

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Registro do chá de bebê de Benício que, em família tradicionalista, virou a “Mateada do Benício”. Foto: arquivo pessoal/CrisOliveira

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