Recentemente o Ibiá Saúde publicou matéria acerca dos desafios do diagnóstico e tratamento do autismo. Em entrevista, o neurologista infantil Alexandre Rodrigues da Silva, que atua em Montenegro, destacou que a demora no início do tratamento pode ser um complicador. E essa demora, muitas vezes, está ligada à dificuldade de interpretar os sintomas para o diagnóstico, já que não existe um exame conclusivo ao autismo. “A dificuldade na linguagem é um dos itens fundamentais nesse diagnóstico. E isso só é percebido mais tarde, ali pelos dois anos”, detalhou Alexandre da Silva na reportagem publicada em abril passado. Essa semana foi feito anúncio que pode mudar isso.
Um estudo publicado na revista “Bioengineering & Translational Medicine” citou a eficácia de uma técnica capaz de prever a ocorrência do autismo com base nos metabólitos presentes no sangue. Seria um exame de sangue, algo tão simples, capaz dessa revolução? Caso se confirme, através do teste fisiológico, muito mais cedo e antes de qualquer sintoma ser perceptível, os médicos poderão confirmar se tratar de uma criança que irá desenvolver transtornos do espectro autista em algum nível. Os autores do estudo citam uma precisão de acerto de 88%, o que consideram muito promissor.
Os pesquisadores analisaram e compararam informações clínicas, buscando os mesmos padrões metabólitos, suspeitos de estarem relacionados com o autismo. Os testes foram feitos em centenas de pessoas, adultos e crianças, grande parte já com o diagnóstico da síndrome confirmado. A estimativa é que 1,7% de todas as crianças sofram com transtornos do espectro autista, seja em nível leve, moderado ou severo. O transtorno é caracterizado por uma deficiência no desenvolvimento neurológico que provoca dificuldades na comunicação, socialização e um padrão de comportamento repetitivo. Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhores são as chances de evolução.