O surto de sarampo na região sudeste do Brasil, principalmente em adultos, traz um grande alerta à população: a necessidade de se vacinar. Só no estado de São Paulo, cerca de duas mil pessoas já adoeceram e três morreram. O Brasil erradicou o sarampo em 2016, segundo a Organização Pan Americana de Saúde. Entretanto, no ano passado, casos começaram a surgir no Norte do País.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a vacinação entre adultos ainda é inesperada pela população adulta brasileira. O desconhecimento do Calendário Nacional de Vacinação é um dos motivos. A vice-presidente da organização, Isabella Ballalai, adverte que a vacinação de adultos aparenta ser uma novidade, embora a presença da imunização esteja no Calendário Nacional. “A população desconhece que existe um calendário de vacinação rotineiro para o adulto. Há uma questão cultural de que vacina é coisa de criança. A gente aprendeu que precisa levar as crianças ao posto e não sabe que esse é só o primeiro desafio.”
De acordo com Nicole Ternes, enfermeira responsável pelo setor de vacinações em Montenegro, há um bom movimento de adultos nas salas de vacinas. “Além da conscientização dos pacientes, contamos com outros disparadores, como empresas que exigem a vacinação na admissão dos funcionários, as gestantes atualizam sua situação vacinal durante o pré-natal, etc. Nosso município também conta com os agentes comunitários de saúde, que verificam as cadernetas das famílias atendidas e prestam a orientação às mesmas.”
Apesar da boa movimentação de adultos nas salas de vacinação da cidade, o município não tem campanha de vacinação voltada a esse público no momento. A última ação para a população de 20 a 59 anos foi durante o mês de julho na zona rural de Montenegro, para a conscientização da vacinação contra a febre amarela. Foram oferecidas doses da vacina em 25 localidades do interior.
Além dos adultos, pacientes com condições especiais (pessoas com doenças imunossupressoras ou que deixam o organismo debilitado, como a diabetes) também têm uma programação especial de vacinação. De acordo com Nicole, o paciente especial deve se dirigir a uma sala de vacinas de sua referência para fazer o pedido, levando o seu cartão SUS, o pedido médico da vacina e um documento que comprove a sua patologia que resulta na indicação da vacina (exame de sangue, laudo de exame de imagem, nota de alta hospitalar, espirometria, etc). O pedido é feito via formulário eletrônico para o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais em Porto Alegre, que analisa o pedido e envia a vacina com o nome do paciente, se estiver de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde.
Reforço da tríplice viral em crianças é importante
Como prevenção ao aumento dos casos de sarampo, o Ministério da Saúde alterou as diretrizes da vacina tríplice viral. A dose zero da vacina deve ser aplicada em todas as crianças de seis a 11 meses de idade. A primeira dose deve ser aplicada em crianças que completaram 1 ano, e a última dose da imunização deve ser tomada com 15 meses de idade. Na cidade, as salas de vacinas estão abastecidas. Basta ir à sua sala de referência com a caderneta de vacinação do bebê para receber a imunização.