A confusa vida amorosa de mamãe – parte 3

Na novela que é a vida de Democracia e seu filho, Eleitorzinho, vimos que Tio Collor não era o herói esperado. O próprio irmão revelou suas bandalheiras. Democracia nem ligava, bandalheira era sua vida. Surgiram boatos que Tio Collor era chegado em magia negra e que embolsava bens da vizinhança. Além disso tinha uma tal Elba misteriosa, uma perua que provaria as falcatruas. A coisa ficou feia, aquele amigo dono da rede de TV se sentiu prejudicado e chamou um bando de índios cara pintadas. A indiada tomou as ruas em ritual, despertou espíritos de porco e invocaram um tal de “impeachment”. Coisa do capeta. Eleitorzinho ficou impressionado. Quando a poeira baixou tinha surgido um velho de topete branco. Tio Topete era meio sequelado, devia ser a sobra do espírito do Tio Collor após o ritual indígena. O negócio foi forte, logo depois morreram o irmão, a mãe e uns amigos do Tio Collor.
Um dia Tio Topete foi no Carnaval, quando se deu conta estava nos jornais e TVs ao lado de uma perereca. Pererecas sempre apareciam em época de Carnaval, mas aquela exagerou. Estava completamente pelada e exibida. Mais um escândalo na família. O dragão Inflação estava grande e faminto. Acabou comendo o resto do dinheiro e o Tio Topete de sobremesa. Daí chamaram o Tio FHC, apesar do nome de inseticida, ele queria matar o dragão com números. A situação era de penúria na casa de Democracia, Tio FHC vendeu vários bens para equilibrar as finanças. A situação melhorou um pouco, até uns estrangeiros ricos vieram morar no bairro. Nessa época, aquele sapo barbudo que ninguém esmagou começou um estranho processo de transformação. Criou tentáculos e estava se tornando um molusco que arrastava uma legião de seguidores. Tio FHC tinha conseguido adestrar o dragão e estava esgotado. Mamãe democracia já estava com olhos em outros e Eleitorzinho se sentia só. Tio FHC queria ir pra Paris. Então, para temor de alguns e alegria de muitos, Tio Lula tomou conta de tudo.
Ele era tipo Robin Hood, tirava dinheiro de uns e dava pra outros, mas ninguém conseguia entender direito, eram muitos tentáculos fazendo muita coisa ao mesmo tempo. Pra encurtar a história, Tio Lula se tornou deus e demônio, a vizinhança ficou dividida. Tio Lula resolveu sair, tinha outros afazeres moluscais, deixou Tia Dilma cuidando da casa. Eleitorzinho, carente de pai, aprendeu a conviver com duas mães. Tia Dilma não tinha tentáculos e as vezes falava idioma desconhecido, Eleitorzinho desconfiava de espíritos. Um dia, Tia Dilma foi pedalar e levou um tombo feio. Aproveitando o golpe de sorte, umas criaturas que viviam no porão invocaram o impeachment. Hoje a casa é assombrada, um vampiro comanda uma dança de monstros. Eleitorzinho está crescendo, ainda precisa de pai. No fundo, sabe que, para as coisas melhorarem, vai ter que assumir compromissos. Mas, antes, terá que  se tornar um adulto responsável. Vai levar tempo.

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