No mês da mulher, ação mostra figuras femininas que construíram história na cidade
Durante o mês de março, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC), por meio do Departamento de Cultura, organizou uma série de ações para homenagear figuras femininas com grande contribuição para a história de Montenegro, mas também, claro, todas as mulheres. Uma delas se trata de uma exposição no Museu de Arte de Montenegro, localizado no complexo da Estação da Cultura. A ação tem parceria com a Biblioteca Pública Municipal Hélio Alves de Oliveira e a Prefeitura Municipal. Com obras pintadas por artistas femininas, imagens, livros e muito carinho, uma exposição foi a maneira que o departamento achou para, mesmo durante a pandemia, exaltar as mulheres. Por conta da Covid-19, a visitação se tornou impossível devido aos rígidos protocolos da bandeira preta, mas isso não foi motivo para acabar com a exposição. O setor produziu diversos vídeos mostrando todo o trabalho exposto no museu, como uma visitação virtual, evitando a proliferação do vírus. O material pode ser acessado através do Facebook Estação da Cultura – Montenegro/RS.
A diretora de cultura, Mara Ribeiro e a diretora do Patrimônio Histórico e Cultura Claudete Heberle, explicam que o principal objetivo dos setores é levar as homenagens ao maior número possível de pessoas, de maneira virtual. “É bom lembrar que há outras tantas mulheres envolvidas no resgate histórico da nossa cidade, mas a gente precisou escolher algumas. Tivemos uma sensibilidade, mas é uma homenagem a todas nós”, pontua Mara.
No hall de entrada, Nice Antonieta Schuller, mulher cujo nome é dado ao Museu Histórico Municipal de Montenegro, e Maria Eunice Muller Kautzmann, idealizadora do Arquivo Histórico Municipal são as primeiras figuras exaltadas. Além de grandes mulheres em suas áreas, ambas foram coofundadoras da Entidade de Filantropia Cultura e Arte (Efica). Assim, as demais mulheres que passaram pela entidade de grande importância na cidade também são homenageadas.
As mulheres da Sociedade Floresta Montenegrina também são foco da exposição, com toda sua ancestralidade e Cultura Negra. São 104 anos de história e resistência. Letícia Santos, Camila Santos, Elizabete Milanez, Keli Silva, Paula Ferraz, Regina Santos, Solange Souza e Thais Santos seguem esse trabalho honrando suas antecessoras. Regina Helena Silva dos Santos, a Nenena, mulher negra de 69 anos se descobriu há quatro anos na dança e música e têm suas obras expostas no complexo.
Elizabete pontua que a importância da homenagem é um reconhecimento pelo esforço e dedicação das mulheres negras em frente aos clubes negros e que a ação a deixou muito agradecida. “Esforço em manter viva a história e ancestralidade, é muito importante para que as próximas gerações nos vejam com um alicerce e continuem fazendo este trabalho. Fiquei imensamente agradecida”, ressalta.
A primeira prefeita de Montenegro, Madalena Bühler; Marina Reidel, primeira mulher transexual montenegrina a exercer o cargo de Diretora do LGBT e Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos do Governo Federal (desde 2016); Áurea Marize dos Santos Noval, uma das diretoras da SMEC e Maria Luiza Szulczewski, a Lica, diretora do Jornal Ibiá até os dias atuais, são as demais homenageadas. Ainda, no local, há a exposição de obras “Mulheres da minha vida” da artista montenegrina Rejane Rammé, que homenageia mulheres e também recebe a sua homenagem no espaço.