NOVOS CAPÍTULOS. Dafne Dias lança livro e é destaque no Circula Sesc
Feliz é o ser humano que, na vida adulta, consegue concretizar sonhos idealizados na infância. A montenegrina Dafne Dias, de 29 anos, é uma dessas pessoas. Através da leitura e da escrita, ela vem conquistando seu espaço no mundo das letras e inspirando gerações a expor aquilo que pensam e sentem através de textos. No mês de novembro, ela lançará seu segundo livro, Como Morrem as Estrelas.
Quando criança, ela criava seus próprios livrinhos em casa, plantando as sementes do que seria sua vocação. Em 2015, lançou sua primeira obra, A Maldição de Baltazar, voltada para o público infantojuvenil. A história foi uma realização importante. Agora, quase uma década depois, Dafne se prepara para dar um novo passo com o lançamento de Como Morrem as Estrelas, abrangendo o universo dos jovens adultos. O lançamento será realizado na Feira do Livro de Montenegro, no dia 8 de novembro.
A escrita de Dafne foi lapidada ao longo dos anos em um grupo de escrita criativa chamado “Ordem da Tinta”, que, além de reunir escritores de diferentes partes do mundo, foi o lugar onde seus primeiros manuscritos encontraram os olhos atentos dos leitores. O grupo, que já dura nove anos, se tornou um espaço de crescimento e troca.
Formada em letras, Dafne mergulhou no universo da pesquisa, especialmente no campo da história, da educação e da literatura. Durante quatro anos, foi bolsista de iniciação científica, estudando temas como a representação do suicídio na literatura infantojuvenil, tema que, mais tarde, se tornou seu projeto de conclusão de curso.
Atualmente, Dafne é professora de língua portuguesa e literatura na cidade de Portão, onde inspira seus alunos com a mesma paixão que alimenta sua escrita. Para ela, a literatura sempre foi mais do que um sonho; é um meio de vida, uma forma de entender o mundo e de transformá-lo através das palavras.
De Montenegro a Pernambuco: Dafne leva escrita criativa
Dafne está vivendo um momento ímpar de sua carreira literária. Recentemente, foi selecionada pelo projeto “Circula Sesc – Artistas Gaúchos pelo Brasil”. Entre tantos candidatos, ela foi à única representante de Montenegro. Ambos os livros escritos até agora foram fundamentais para sua seleção, sendo apresentados como amostras de sua trajetória literária.
A conquista no edital não veio sem surpresas. Dafne, que chegou a pensar que ficaria como suplente, se viu em primeiro lugar na categoria de literatura. O processo incluiu a submissão de um portfólio detalhado, onde ela reuniu suas participações em oficinas, apresentações e até entrevistas antigas. “Eu fiquei bem orgulhosa”, confessa. “Sou nova, mas quando vi tudo o que já fiz, percebi que o caminho valeu à pena.”
Dafne já se prepara para levar sua literatura para além das fronteiras do Rio Grande do Sul. Em novembro, ela ministrará a oficina “A Escrita do Eu”, em Pernambuco, entre os dias 16 e 20, onde abordará memórias literárias. Para Dafne, essa é mais do que uma oportunidade profissional; é a chance de compartilhar experiências e de ver o impacto da arte em um novo cenário cultural.
A autora reflete sobre o peso desse momento, especialmente após um ano difícil para os gaúchos. Como Morrem as Estrelas, escrito em meio à pandemia, traz uma melancolia que dialoga com tempos de desafios. O processo de produção do livro foi longo, mas chegou em um momento que parece feito sob medida. “Sinto que esse livro veio a calhar em um ano tão pesado”, comenta. Para a escritora, os momentos difíceis vividos no primeiro semestre agora abrem espaço para dias de alegria diante da realização pessoal.
