Calor exige cuidados especiais para com as plantas

Prestar atenção aos sinais dados pelas flores é importante

O calor excessivo das últimas semanas não tem dificultado apenas a vida de humanos e animais, as plantas também vêm sofrendo com as altas temperaturas. Escolha frequente para ornamentar casas, as flores precisam de cuidados especiais por conta dessa onda de calor. As principais dicas são evitar exposição ao sol da tarde e atenção na quantidade de água a ser dada para elas.

De acordo com Pedro José Kleinschmitt, proprietário da floricultura Via Jardins, é preciso que as pessoas fiquem atentas às flores existentes em suas casas e aos diferentes tratos que elas exigem. Ele cita como exemplo o caso de uma planta recém plantada no chão do jardim ou num vaso. “Ela precisa de regas mais frequentes”, diz e explica que a planta passa por situação de estresse por esse replantio. Sobre plantas em vasos, ele faz outro alerta: evitar que elas fiquem no sol, principalmente à tarde. “A planta que pega o sol da tarde sempre terá problemas, imagina nessa época”, comenta.

Pedro reforça que também é necessário observar as plantas para saber quando e com quanto de água é necessário regá-las. Um segredo é colocar água até um pouco vazar pelo fundo do vaso. “O ideal seria descobrir o quanto (de água) vai em cada vaso e colocar essa quantia, daí já não coloca em excesso e não escorre muito”, aponta.

O floricultor enfatiza que se deve analisar como a planta se comporta para saber a periodicidade com que deve ser molhado. De acordo com Pedro, isso inclui variáveis como o tipo de planta e o tamanho do vaso onde ela está plantada.

Proprietário da DNA Floricultura, Luciano Azevedo traz outras dicas de cuidados. Por exemplo, ele indica que a pessoa use o dedo para sentir se a terra no vaso ainda está úmida. “Se a terra está seca e quente é sinal que ela está precisando de água”, alerta. Luciano também alerta para não se colocar água demais em vasos em escape de água. “Se tu encharcar demais pode apodrecer a raiz”, avisa. Sobre as plantas em jardins, o floricultor diz que é melhor molhar bastante a planta três ou quatro vezes por semana do que botar um pouco de água todos os dias.

Luciano lembra que plantas são quase como animais de estimação e precisam de cuidados para não sofrerem

Outra dica trazida por Luciano é a de manter a adubação da planta em dia. Ele cita como exemplo plantas que estão no mesmo vaso e terra há bastante tempo e já absorveram todos os nutrientes ali presentes. “É importante fazer uma adubagem periódica, pelo menos a cada três ou quatro meses, para dar uma força para a planta e aí ajudar ela a ficar forte para passar esses períodos mais quentes”, comenta o floricultor.

Impactos nas vendas e na produção de flores
As altas temperaturas também têm impactado nas vendas das plantas. De acordo com Luciano, é perceptível a redução no número de pessoas que buscam mudas para suas casas. “Ainda tem procura, mas, principalmente para jardim, diminuiu muito”, comenta. A queda nas vendas também é percebida por Pedro. Segundo ele, 95% das plantas comercializadas em seu empreendimento são produzidas por eles. O floricultor ressalta que o calor excessivo e a falta de chuvas afetam tanto as vendas quanto a produção.

Jair diz que safra de flores de Inverno pode atrasar por conta do calor excessivo

De acordo Jair Henrique Calsing, sócio-proprietário da floricultura Flores Ouro Verde, a seca e o calor excessivo se complementam na criação de adversidades para a produção e venda de flores. Ele estima perdas de até 70% em sua produção, sendo 35% por conta do calor e outros 35% pela falta de vendas, o que leva ao descarte de plantas. O floricultor observa que não é possível parar a produção porque quando se encerrar o ciclo de calor e estiagem será preciso ter plantas para oferecer aos clientes.

No entanto, o clima extremo das últimas semanas já deve resultar no atraso da safra das flores de Inverno. Outro problema é o aumento do gasto para produção e o constante risco de falta de água. “Tu tem que estar sempre de olho no nível do açude porque se gastar demais fica sem”, comenta. Jair ressalta que as plantas se adaptam a um calor de até 33°C. “Fugindo disso ela é que nem um ser humano: ela sofre porque é calor excessivo, desidrata, tudo contribui para piorar”, afirma.

Pelo calor e pela falta de vendas, produção acaba tendo que ser descartada

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