Acesso ao local é o principal obstáculo para extensão da rede de energia
Há mais de duas décadas moradores da travessa Copacabana, no bairro Centenário, convivem com problema na energia elétrica. Como apenas algumas casas têm energia elétrica, os medidores são compartilhados com até oito moradores, que rateiam a conta no final do mês. Por não haver uma rede de energia elétrica na travessa, as poucas casas que possuem luz contam com a solidariedade dos vizinhos que moram na rua de baixo, a Vereador João Vicente, que cedem o espaço dos seus terrenos para a colocação dos relógios.
Marino Alfredo Silva, morador da travessa, conta que quando passou a residir no local, há 21 anos, já existia o problema da energia elétrica e foi graças a um vizinho, que mora na rua de baixo, que conseguiu colocar luz em casa. “Teve alguns moradores que conseguiram colocar os relógios na rua Vereador João Vicente. Eu tenho o relógio lá, mas tive que puxar 60 metros de fio até aqui em casa”, relata. Conforme Marino, o problema maior está nas residência que ficam na parte de trás da travessa, onde até oito famílias dividem um único relógio. “Isso é um grande risco de pegar fogo, porque é muita casa para um relógio só, sobrecarrega e rede”, aponta Marino.
Dona Eva Machado, 63, moradora da travessa há 12 anos, divide a luz com outros quatro moradores. Para evitar a sobrecarga da rede de energia, a solução foi trocar toda a fiação das casas. Mesmo assim, os moradores têm que se privar de comprar eletrodomésticos que consomem mais energia. “Nós não temos ar condicionado aqui, porque se uma das casas colocar, as outras todas ficam sem luz. Só temos ventilador mesmo”, conta dona Eva.
Em busca de uma solução, os moradores recorreram à Câmara de Vereadores, que através do gabinete do vereador e presidente da Câmara Talis Ferreira (PP), convocou uma reunião para tratar do problema e levar a demanda para a Administração Municipal. A reivindicação dos moradores é que o município possa os auxiliar para que cada residência tenha seu próprio poste de luz. Assim como já acontece com a água. De acordo com os moradores eles já existem para a Corsan, mas não para a RGE.
De acordo com o secretário municipal de Gestão e Planejamento, Rafael Cruz, o principal impedimento para levar a rede de energia da RGE até a travessa é o acesso ao local. Para acessar suas casas, os moradores têm de passar por dentro de uma propriedade privada, que fica entre a travessa e a rua Copacabana. A tarefa do município agora é negociar com a proprietária do terreno uma alternativa de acesso ao local. “Estamos marcando uma audiência com a proprietária, que já tem um processo contra o município, para tentar fazer uma conciliação ou chegar a um acordo”, afirma Cruz.