Montenegro terá sua moeda ecológica: a EcoPila

Projeto do Núcleo Socioambiental da ACI vai permitir a troca de recicláveis por mercadorias no comércio local

Funcionamento foi apresentado durante Café nesta semana, pelo gerente da Montepel, João Batista Dias

Nesta semana, a Associação Comercial e Industrial (ACI) de Montenegro e Pareci Novo lançou o projeto EcoPila. Ele se trata de uma nova moeda que passará a ser aceita em empresas cadastradas, buscando incentivar a consciência ambiental da separação de lixo na comunidade.

O projeto é o seguinte: o cidadão pode separar latinhas, papelão, jornais e plásticos e, ao invés de colocá-los no lixo, levar tudo para os pontos de troca do EcoPila. Haverá um ponto em todas as manhãs de quinta-feira na Praça Rui Barbosa e, em qualquer dia, na empresa Montepel.

Nestes locais, haverá uma balança, que pesará os resíduos e os “pagará” com os EcoPilas. 1 quilo de latinhas é revertido em 3 EcoPilas; 4 quilos de papelão ou jornal custam 1 EcoPila; e 1 quilo de plástico dá direito a 1 EcoPila.

As empresas credenciadas no projeto – a fase de credenciamento começou agora – recebem a nova moeda como dinheiro normal. Meio EcoPila equivale a R$ 0,50 e 1 EcoPila equivale a R$ 1,00. Ao final do mês, essa empresa vai até a Montepel – recicladora parceira da iniciativa – e reverte seus EcoPilas em Reais.

A cédula do EcoPila será impressa em papel moeda, composta por numeração de controle, QR Code e itens de segurança para impedir possíveis falsificações. A novidade será lançada oficialmente no evento The Best Mix Bazar, que ocorrerá na Estação da Cultura nos dias 9 e 10 de novembro, com promoção do Núcleo de Mulheres Empreendedoras da ACI.

Valor real da moeda está na conscientização sobre a gestão do lixo
O EcoPila é uma iniciativa do Núcleo Socioambiental da ACI. Esse grupo iniciou os trabalhos em maio deste ano, após uma reunião entre empresários que perceberam a necessidade da categoria de juntar forças em um projeto voltado ao meio ambiente que tivesse continuidade, sem limitação de tempo. Ali começou-se a verificar as necessidades existentes e chegou-se a ideia da moeda.

Assistente Administrativo da entidade que coordena os núcleos, Leonardo Alex da Silva conta que, durante as discussões iniciais, a equipe encontrou o modelo do EcoPila em um pequeno município de São Paulo, com menos de dois mil habitantes: Santa Cruz da Esperança. Ele fez contato com os organizadores do projeto para conhecer a ideia.

Lá, a cidade tinha problemas com a separação do lixo e, por causa dele, sofria com a infestação do Aedes aegypti – o mosquito da Dengue. Com a existência da moeda, conseguiu-se conscientizar a comunidade sobre a gestão de resíduos, acabando com a infestação e até possibilitando que o aterro sanitário existente fosse eliminado. É essa mudança de comportamento que se busca em Montenegro.

Karl Heinz Kindel, presidente da ACI; e Leonardo Alex da Silva, Assistente Administrativo da entidade

“Nosso objetivo é trazer benefícios para a comunidade e minimizar o problema (com o lixo)”, resume o presidente da ACI, Karl Heinz Kindel. O Núcleo busca fomentar que a comunidade faça a separação correta de seus materiais, auxiliando o meio ambiente e também diminuindo os custos com a coleta seletiva.

A recicladora Montepel tem um termo de acordo para participar do EcoPila e receber os materiais trocados. Outras recicladoras também podem ter o mesmo papel, desde que associadas da ACI e em dia com as devidas licenças de operação. Por regra, a Montepel reverte 10% do valor recebido na operação para um fundo do Núcleo Socioambiental. Dali sairão os recursos para novas ações e eventuais custas de manutenção do projeto.
Hoje, a Associação Comercial e Industrial conta com 270 associadas, que podem se cadastrar para receberem como moeda o EcoPila. O desafio do Núcleo, agora, é divulgar a iniciativa, com visitas a escolas e entidades, fomentando o uso do “novo dinheiro”.

Os “braços” da ACI
A ACI conta, hoje, com cinco núcleos formados por seus associados. Têm o Núcleo dos Corretores, o de Desenvolvimento Humano, o de Mulheres Empreendedores e, criados neste ano, o de Jovens Empreendedores e o Socioambiental.

Os grupos têm a ACI como ponto de partida, através da identificação de possibilidades e necessidades dos municípios representados. Criados, eles fomentam alinhamentos e transformações, a exemplo do que está sendo feito com o EcoPila.

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