Há cerca de 30 anos, muro prejudica a vida de moradores em Montenegro

Paredão fica localizado entre as ruas Vereador João Vicente e Dr. Fernando Chagas de Carvalho

Coleta seletiva, socorro médico, ação dos bombeiros e atendimento de companhias de luz e internet são alguns dos serviços impossibilitados para os moradores de uma viela na rua Vereador João Vicente, no bairro Centenário. Há cerca de 30 anos, um muro foi construído na divisa com a rua Dr. Fernando Chagas de Carvalho, e desde então a população tem os serviços básicos impedidos devido aos poucos metros que sobram para acessar as residências.
Área de ocupação irregular, o “beco” é cortado por um muro com mais de um quilômetro de extensão, feito pelos moradores do outro lado. “Aqui a gente é chamado de invasor, mesmo a dona Eva morando há mais de 60 anos ali, ela é chamada de invasora. E quando ela veio pra cá a pessoa que morava do outro lado disse pra ela: a senhora pode construir aqui”, declara Fabrícia Souza.

Há quase 16 anos no local, Fabrícia aponta os diversos problemas que os moradores enfrentam devido aos poucos metros de largura entre o muro e as casas. “Já morreu três pessoas aqui dentro do beco. Pra tirar as pessoas aí de dentro depois é uma luta. […] Caminhão de lixo não passa, aí é uma lixarada ali na esquina, é uma vergonha. E se pegar fogo em uma casa? Terminou, pega em tudo”, diz. Segundo ela, os moradores não reivindicam por uma rua com mão dupla, mas apenas uma via que de espaço para carros e caminhões passarem.

Postes de luz estão em péssimas condições

Em decorrência do pouco espaço para entrada de automóveis, diversas são as reclamações dos moradores. “A gente não tinha esgoto pra começar, aí fui e lutei até que eles colocaram esgoto no final de novembro do ano passado. Mas deixaram todas as bocas de lobo sem tampa, é um perigo”, expõe. Além disso, há postes com mais de 30 anos no local, necessitando de troca por estarem podres.

Em maio de 2011, uma reunião entre moradores, Executivo e Ministério Público foi decidida a regularização da área na extensão do leito da Rede Ferroviária. Um cronograma com levantamento topográfico, projeto da via pública e cadastramento socioeconômico, regularização fundiária e alargamento da via foi apontado, porém apenas o levantamento topográfico foi realizado desde então. “Depois de 2011 parou tudo. No documento está bem claro o que deve ser feito”, fala Fabrícia sobre a ata da reunião. Anteriormente moradores entraram em contato com outras gestões municipais, mas nada foi feito.

Engajado também nesta pauta, Rodrigo Corrêa relata que até hoje os moradores não sabem o porquê do mandato judicial para a abertura não ter sido cumprido em tanto tempo, mas que não irão desistir. “Solicitamos ao Ministério Público reunião com todos os atores envolvidos para ‘consertar’ este problema de uma vez por todas”, diz. Ainda não há data confirmada para o encontro.

Em contato com a Administração Municipal, a reportagem do Jornal Ibiá foi informada que a gestão já tem conhecimento do problema. “Trata-se de uma ocupação irregular que ocorreu no passado e cuja solução depende do deslinde de ações judiciais e da regularização fundiária, processo que já está em andamento. Só depois de vencidas estas etapas, será possível encaminhar a urbanização da área, momento em que será avaliada a remoção do muro. Não há como, neste momento, como comprometer-se com prazos”, declara o Executivo, através da Assessoria de Comunicação.

Últimas Notícias

Destaques