Com cerca de 3,5 bilhões de pessoas afetadas em todo o mundo, as doenças bucais representam um desafio significativo para a saúde pública, destacando a necessidade urgente de ações preventivas eficazes. Estas doenças não apenas causam dor e desconforto, mas também estão associadas a isolamento social, perda de autoconfiança e comprometimento da produtividade, seja no trabalho ou na escola.
Os efeitos negativos das doenças bucais vão além da cavidade oral. Elas podem agravar ou ser agravadas por condições sistêmicas, como doenças cardíacas, diabetes, e complicações na gravidez. Essa interconexão reforça a necessidade de ver a saúde bucal como uma parte integral da saúde geral.
A Federação Dentária Internacional (FDI) sublinha a importância de ações em níveis individual, familiar e comunitário para enfrentar essa crescente carga de doenças. Ações simples e direcionadas, como escovação regular com creme dental fluoretado, uso do fio dental, e visitas regulares ao dentista, são pilares essenciais na manutenção da saúde bucal.
Para que a saúde bucal se torne uma prioridade global, é essencial que haja educação e sensibilização contínuas. Campanhas comunitárias de conscientização são ferramentas úteis para informar sobre a importância da higiene bucal e a inter-relação entre saúde bucal e geral. Escolas também desempenham um papel crucial, introduzindo programas educativos sobre higiene dentária desde a infância.
A responsável técnica e diretora clínica Oral Unic, Dra Keli Cristina Tessaro afirma que, no momento em que perdemos um ou mais dentes, ocorrem alterações importantes na mastigação. “Muitas pessoas acham que quando, por exemplo, perdem um dente “lá atrás” não precisam repor, porque não vai fazer falta. Na verdade, faz sim. Precisamos ter todos os dentes em boca, pois eles são fundamentais para podermos nos alimentar adequadamente”, sinaliza.

Segundo Keli, a falta dos dentes pode prejudicar o sistema digestivo, pois, quando o alimento não é bem “mastigado/triturado”, acaba causando danos como alterações nas articulações e dores, podendo ser de cabeça, na abertura bucal, no rosto, ouvidos e até mesmo pescoço. “Cada vez mais escutamos casos de pessoas que desencadeiam diversos tipos de doenças ligadas à ausência de dentes, inflamações gengivais, perda óssea dentária, infecções bucais que podem se agravar tornando o quadro mais grave”, alerta.
“Por isso, nós cirurgiões dentistas, sempre orientamos os pacientes para cada 6 meses pelo menos, fazer uma revisão com o seu profissional de confiança, realizar um raio x, onde podemos detectar problemas que não são visíveis somente em boca, no exame clínico”. Conforme ela, desta forma, é possível ter todo o suporte necessário, detectando cáries iniciais, evitando assim tratamento de canal, lesões “indolores”, perda óssea e problemas periodontais. “Muitas vezes o paciente apresenta algum problema bucal e não tem sintomatologia. Quando descoberto, pode ser mais difícil o tratamento. Por isso, deve se fazer exames de imagem, em alguns casos exames de sangue, tomografias e investigar a fundo os casos de cada paciente, para que o mesmo possa realizar o tratamento dentário adequado”, acrescenta.
O Dia Mundial da Saúde Bucal é comemorado em 20 de março. Uma boa atitude é adotar uma abordagem holística e cooperativa, visando reduzir significativamente a prevalência de doenças bucais. Ações preventivas não só previnem complicações de saúde mais graves, mas também promovem bem-estar e qualidade de vida. Assim, a mensagem é clara: investir na saúde bucal é investir em saúde geral. Tornar essa visão uma realidade depende do comprometimento contínuo de cada um de nós.
Higiene bucal
A escovação e o uso do fio dental são muito importantes para desorganizar o biofilme dental, que leva a formação das lesões de cárie. A higienização deve ter inicio assim que nascer o primeiro dente na boca do bebê.
A quantidade de creme dental com flúor deve ser regulada a quantidade conforme a idade da criança:
Menores de 3 anos – tamanho de grão de arroz cru 2 X dia
Maiores de 3 anos – tamanho de um grão de ervilha 3 X dia
Bebês que ainda não têm dentes devem ter como única fonte de alimentação o leite materno e não precisam ter a boca higienizada. Caso haja indicação médica para alimentação complementar além do leite materno, o responsável pelo bebê deve higienizar com gaze molhada em água filtrada.
O fio dental também é muito importante e serve para remover a placa bacteriana entre os dentes. O enxaguante bucal serve como agente auxiliar na higienização bucal e somente deve ser usado em crianças maiores de 7 anos e com indicação do dentista em situações especiais.
Prevenção
Para a prevenção da doença cárie é necessário escovar os dentes, passar fio dental e usar creme dental que contenha flúor e ter uma dieta balanceada.
Fonte: Cartilha Educativa para Divulgação e orientação de Saúde Bucal Bioengenhara